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16 de set. de 2010

BRINCANDO TAMBÉM SE APRENDE

Brincando tambem se aprende!

 
Apresentação

 
Atualmente tem se discutido muito sobre a brincadeira na sala de aula, principalmente na sala de educação infantil. A ludicidade tem sido tema de debates e são várias as pesquisas sobre a importância do lúdico no processo de ensino-aprendizagem da criança. Assim:
 
O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. (SANTOS, 1997; p.12)
 
Diante disso, trazemos algumas brincadeiras infantis e as contribuições destas para a aprendizagem das crianças. Ao longo das páginas trazemos as perspectivas teóricas que embasam as ideias apresentadas bem como, as colaborações para este trabalho.
 

Fundamentação Teórica

É de suma importância compreender como as brincadeiras acontecem e sua contribuição para a educação, pois percebemos que através delas os sujeitos (crianças, jovens, adultos, etc.) interagem e criam relações de aprendizagem, estas muito importantes na formação do sujeito enquanto ser social, cultural e político, além de histórico. Ao mesmo passo, contribuem também, na perspectiva de flexibilidade:
 

[...] As crianças estão mais dispostas a ensaiar novas combinações de idéias e de comportamentos em situações de jogo, que em outras atividades não-recreativas. Estudos como os de Bruner (1976) demonstram a importância do jogo para a exploração. A ausência de pressão do ambiente cria um clima propício para investigações necessárias à solução de problemas. Assim, brincar leva a criança a tornar-se mais flexível e buscar alternativas de ação. (KISHIMOTO, 2003; p.6)
Na perspectiva adotada aqui, se faz necessário pensar a criança e a brincadeira como elementos que se fazem e se completam, é nessas relações onde o desenvolvimento social e cognitivo se fortalecem e criam novas possibilidades às crianças de percepção de si e do mundo, podendo incluir dessa forma, a ideia de que a criança mobiliza ações e modifica outras a partir de sua ‘atmosfera criativa. Neste contexto, o brinquedo assume papel muito importante dentro dessas relações:
 
"A partir desses jogos que encontram a criança, ela é conduzida a explorar, entender o mundo dos objetos complexos ao seu redor. . [...] Os brinquedos tornam-se, portanto, objetos de comunicação, meio através do qual a criança sai de uma relação centralizada em um objeto, para torná-lo um utensílio mediador entre ela e as outras crianças e, de forma mais generalizada, entre ela e o mundo". (BROUGÈRE apud KISHIMOTO, 2006; p.138).
 

Observamos a partir disso, que a brincadeira, fazendo parte do mundo ou da vida da criança, auxilia fortemente na organização de seus pensamentos, a separá-los e também a criar e amadurecer linguagens diversas. Bem como, desenvolverá suas principais capacidades e potencialidades, lhe permitindo assim, ter uma boa relação em meio à sociedade. Esses aspectos são de significativa relevância tanto para a própria criança (que mesmo não tendo o objetivo de ganhar algo com isso e não tenha uma visão detalhada do que está fazendo) e para o educador (que em muitos casos não compreende a extensão das possibilidades que a brincadeira pode proporcionar à criança, mas percebe que a brincadeira parece completar o momento de ser criança) ela, a brincadeira, estimula a criança para o saber na medida em que no seu brincar ela utiliza vários elementos que propiciam a comunicação e a relação, e estes servem para ela na construção do mundo. Desta forma:

O desejo de uma criança se manifesta no seu brincar. O brincar acontece naturalmente. [...]. É no brincar que a criança e mesmo o adulto são capazes de viver as suas criações de maneira plena. [...] O brincar é saúde tanto para o corpo tanto para a mente. [...]. No brincar a criança dialoga consigo mesmo e com o mundo. O brincar é uma linguagem, a das mais sérias que a crianças faz uso. [...]. (HEIKEL, 2003; p.60)
 

Brincadeiras
  
NOME: pique – esconde 
. de participantes: não pode ser muito para não ficar cansativo. 
COMEÇA: os participantes escolhem quem vai procurar as outras por ‘zerinho ou um’, ‘par ou ímpar’ ou ‘pedra - papel - tesoura’.
  
COMO BRINCAR: virada de frente para uma parede ou árvore uma criança começa a contar até ‘x’ número enquanto as outras se escondem. Depois ela para e começa a procurar as outras. Quando acha alguma ela e a outra criança devem correr até o lugar onde se estava contando, se a que estava escondida chegar primeiro deve dizer: ‘bati por mim’ e ela será salva caso contrário a outra deve dizer: ’bati por fulano’. Lembrando que a última a ser encontrada deverá procurar as outras.

CARACTERÍSTICAS DESSA BRINCADEIRA: 
Estimula a:
  •  Curiosidade e a procura;
  • Investigação, descoberta e novas possibilidades;
  • Relações de grupo;
  • Relações matemáticas;
  • Noções de espaço;
  • Funções motoras;
  • Estratégia.
   
NOME: Amarelinha (academia, escada, macaco, sapata) 
NÚMERO DE PARTICIPANTES: no mínimo um. 
COMEÇA: Desenhando um diagrama no chão. 
 
COMO BRINCAR: Quem for jogar fica no inferno e lança uma pedra, mirando no número 1. Se acertar, pula num pé só no número 2 e depois no 3. Em seguida, pula colocando um pé no número 4 e outro no 5 (as asas). Pula de novo com um pé só no número 6 (o pescoço) e pisa com os pés no céu (ou lua). Para voltar faz a mesma coisa, abaixando um pouco no número 2 para pegar a pedra que ficou no número 1, pulando depois para o inferno. Começa tudo de novo, só que dessa vez, tem que mirar a pedra no número 2 e pular num pé só direto no número 3. E assim vai a brincadeira, até que o jogador erre e passe a vez para o próximo. Quem sai do jogo quando volta, começa de onde errou.
  
MATERIAL PARA BRINCAR: pedra(s) e algo que risque.
  
CARACTERÍSTICAS DESSA BRINCADEIRA:  
Estimula a:
 
  • Concentração; 
  • Equilíbrio; 
  • Percepção; 
  • Desenvoltura; 
  • Noções de espaço. 
NOME: Bila 
Nº. DE PARTICIPANTES: quanto mais, melhor.  
COMEÇA: Escolhendo que vai ficar com a ‘bila’.
  
COMO BRINCAR: quem ficar com a ‘bila’ deve correr atrás das outras crianças e tentar ‘bilá-las’, se conseguir deverá fugir da que ‘bilou’. Há também a ‘ronda’, um lugar onde as outras crianças podem ficar salvas por um instante.
  
BILA DE DISCO: é uma variação da brincadeira anterior, a única diferença é que é usado um disco para bilar, sendo arremessado em outra criança.
  
MATERIAL PARA BRINCAR: disco (pode ser uma tampa de margarina ou de outra embalagem).
 
CARACTERÍSTICAS DESSA BRINCADEIRA:  
Estimula a:
  •   Defesa; 
  • Lidar com diferentes situações; 
  • Conhecer o próprio corpo; 
  • Desenvolver suas capacidades físicas.
  
NOME: Caquinho ou sete pedras  
NÚMERO DE PARTICIPANTES: Não pode ser muito para não atrapalhar.  
COMEÇA: Um grupo de crianças se divide igualmente em duas equipes. Depois em uma área limpa e plana é feito dois riscos longe um do outro no mesmo sentido e no meio coloca-se uma pilha de pequenos cacos de telha ou cerâmica. Logo em seguida, escolhe-se quem começa a jogar a bolinha.
  
COMO BRINCAR: Da linha, a equipe que ficar com a bolinha deve jogá-la em direção à pilha para derrubá-la. Quando uma das equipes conseguir derrubar deve tentar montar a pilha, só que deve se esquivar da bolinha que está sendo jogada pela outra equipe, ganha a equipe ao montar a pilha, e a outra só ganha se arremessar a bolinha em todos os membros da outra equipe antes que esta monte a pilha.
 
MATERIAL PARA BRINCAR: Bolinha leve e macia e cacos de telha ou cerâmica.
  
CARACTERÍSTICAS DA BRINCADEIRA: 
Estimula a: 
  • Noção sócio-espacial; 
  • Habilidade física e cognitiva; 
  • Identificar possibilidades.
  
Conclusão 
 
A brincadeira não pode ser vista apenas como passa-tempo ou para gastar energia, pois como foi visto, ela favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral. Servindo dentre outras coisas, para a construção do conhecimento e da aprendizagem.Segundo Kishimoto (2006): 
 
As crianças ficam mais motivadas a usar a inteligência, pois querem jogar bem, sendo assim, esforçam-se para superar obstáculos, tanto cognitivos, quanto emocionais. Estando mais motivadas durante o jogo, ficam também mais ativas mentalmente. (p.96).
 
Assim, nota-se que os jogos e as brincadeiras são importantes para o desenvolvimento da criança, na medida em que estas além de garantir o prazer, estimulam as noções de espaço da criança e as relações de grupo, proporcionam uma maior aprendizagem.

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