BEM VINDO




26 de mar. de 2013

APRENDENDO A DIVIDIR


 DIVIDIR PARA CONQUISTAR

Apredendo a dividir para conquistar   Algumas operações aritméticas são essenciais em nosso cotidiano, pois as mesmas são ferramentas poderosas que nos ajudam nas operações mais básicas da aritmética. Já tratei aqui no blog do tema “operações e regra de sinais” o qual tratava das quatro operações básicas da matemática, além de regra de sinais. Não menos importante, são as regras de divisibilidade que aprendemos nos primeiros anos de escola.Como a grande maioria dos estudantes não sabe ou esqueceu quando um número dado é divisível por outro número, vamos rever as regras de divisibilidade recordando o que já foi estudado.

DIVIDINDO NÚMEROS

 a)   Divisível por 2 :   Todos os números pares são divisíveis por 2, ou seja todos os números que terminam por 0,2,4,6,8. Por exemplo, 2452, 93476. são divisíveis por dois pois terminam em 2 e 6 respectivamente.


 b)   Divisível por 3 :    Se a soma de todos os dígitos do número dado é divisível por 3, então o número dado é divisível por 3. 
Por exemplo, 475971. Aqui, a soma dos dígitos 4 + 7 + 5 + 9 + 7 + 1 é de 33 e como 33 é divisível por 3 ou seja 3 x 11 = 33. Assim, 475971 é divisível por 3.
Outro exemplo: 57 é divisível por 3, pois 5+7=12, e como 12 é igual a 3x4 temos que 12 é divisível por 3. [ veja que 12  1+2=3  é divisível por 3]


 c)   Divisível por 4 :   Se os dois últimos dígitos de um número qualquer é divisível por 4, então o número é divisível por 4. por exemplo, 247964. Aqui os dois últimos dígitos 64 é divisível por 4 [4 x 16 = 64]. Portanto, o número 247964 é divisível por 4.

 d)   Divisível por 5 :   Muito fácil de lembrar. Se o número dado termina com um '5' ou '0', então esses números são divisíveis por 5. Por exemplo, 349735, 73254140,1000, 348775... 


 e)   Divisível por 6 :    Se o número for divisível por 3 [ver b] e um dado número é um número par, então tais números são divisíveis por '6 '.
Exemplos
1º - 4386 é par e é divisível por 3 , pois 4+3+8+6=21, e 21/3=7
 2º - 942 é par e é divisível por 3, pois 9+4+2=15, e 15/3=5

 f)   Divisível por 8 :  Usamos a mesma regra para o divisor '4', mas com uma pequena variação. Se os últimos 3 dígitos de qualquer número é divisível por '8', então esse número é divisível por '8'. Por exemplo, 3745760. Aqui, os últimos 3 dígitos, 760 é divisível por '8'. Então, 3745760 é divisível por "8".

 g)   Divisível por 9 :  Usamos a mesma regra do divisor '3', também com uma pequena variação. Se a soma de todos os dígitos do número dado é divisível por 9 , então o número dado é divisível por 9. 
Por exemplo, 749655. 

 h)   Divisível por 10 :  Esta considero a mais fácil. Todos os números que terminam com '0 'são divisíveis por '10'. Por exemplo, 10900, 4980,1000.

 i)    Divisível por 11 :  Um número é divisível por 11, se a diferença entre a soma de todos os dígitos de ordem par e a soma dos dígitos de ordem impar for divisível por 11. Além disso, se o resultado desta operação for igual a  "0", então o número é divisível por 11. 

Por exemplo, 1386. Vamos verificar.

1386 :

1 - ordem impar
3 - ordem par
8 - ordem impar
6 - ordem par
Somando as ordens temos (3+6) (1+8) = 0
4895209.  Confira!


 j)    Divisível por 12 :  Se um número for divisível por 3 e também  por 4, então esse número é divisível por 12. Para divisibilidade de 3 e 4 veja (b) e (c) acima. por exemplo, 3289764. Verifique se esse 3289764 é divisível por 3. É divisível. Agora, verifique se o mesmo número é divisível por 4. É divisível por 4 também. Portanto, o número é divisível por "12".?

Para completar sua aprendizagem com chave de ouro, é só estudar a seguinte proposição que reúne as principais propriedades elementares da divisibilidade:


i)                    a|a  [ a divide a ]
ii)                  se a|b e b|c , então a|c
iii)                se a|b e c|d , então ac|bd
iv)                se a|b e a|c , então a|(b+c)
v)                  se a|b , então para todo m ∈ Z, tem-se que a|mb
vi)                se a|b e a|c , então, para todo m,n  Z, tem-se que a|(mb +nc)


REFERÊNCIAS:

Números: Uma introdução à matemática/Francisco Cezar Polcino Milies, Sônia Pitta Coelho. – 3. Ed. 1 reimpr. –São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2003. – (Acadêmica; 20)
ISBN: 85-314-0458-4

23 de mar. de 2013

Matemática Básica: Radiciação


Matemática Básica: Radiciação



http://youtu.be/4YF39r1wqU8

Matemática Zero - Aula 7 - MMC e MDC - Terceira Parte (Final)


Matemática Zero - Aula 7 - MMC e MDC - Terceira Parte (Final)


http://youtu.be/nxgKNkorXWA

Matemática Zero - Aula 7 - MMC e MDC - Segunda Parte


Matemática Zero - Aula 7 - MMC e MDC - Segunda Parte


http://youtu.be/DKolWWjthMw

Matemática Zero - Aula 7 - MMC e MDC - Primeira Parte


Matemática Zero - Aula 7 - MMC e MDC - Primeira Parte


http://youtu.be/LQGTRBAed9E

Matemática Zero - Aula 6 - Regras (Critérios) de DivisibilidadeMatemática Zero - Aula 6 - Regras (Critérios) de DivisibilidadeMatemática Zero - Aula 6 - Regras (Critérios) de DivisibilidadeMatemática Zero - Aula 6 - Regras (Critérios) de DivisibilidadeMatemática Zero - Aula 6 - Regras (Critérios) de DivisibilidadeMatemática Zero - Aula 6 - Regras (Critérios) de DivisibilidadeMatemática Zero - Aula 6 - Regras (Critérios) de DivisibilidadeMatemática Zero - Aula 6 - Regras (Critérios) de Divisibilidade

http://youtu.be/_oqZyoFPyD4

Matemática Zero - Aula 5 - Operações com Inteiros


Matemática Zero - Aula 5 - Operações com Inteiros


http://youtu.be/fbs8Fo104yY

Matemática Zero - Aula 4 - Divisão - Quarta Parte (final)

http://youtu.be/kZz2kOgfq2c

Matemática Zero - Aula 4 - Divisão - Terceira Parte

http://youtu.be/sYsUyCfK6LM

Matemática Zero - Aula 4 - Divisão - Segunda Parte

http://youtu.be/oosmBgX1Oug

Matemática Zero - Aula 4 - Divisão - Segunda Parte

http://youtu.be/oosmBgX1Oug

Matemática Zero - Aula 4 - Divisão - Primeira Parte

http://youtu.be/SF6r5wVF5kk

Matematica Zero - Aula 3 - Multiplicação

http://youtu.be/UnSyPjKvq0o

mATEMATICA BASICA- SUBTRAÇÃO

http://youtu.be/liYTWpLtOK4

MATEMÁTICA BÁSICA- ADIÇÃO

http://youtu.be/_WOqxrlXXx8

Matematica Zero - Aula 1 - Adição

http://youtu.be/_WOqxrlXXx8

Matemática Zero - Aula 10 - Radiciação - Segunda Parte

regras sobre radiciação.

22 de mar. de 2013

OS CINCO MACACOS


OS CINCO MACACOS

        Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No meio, uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.
       Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, os cientistas jogavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros pegavam e o enchiam de pancada. Com mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.

 
 Então, os cientistas substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada. Um segundo foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado com entusiasmo na surra ao novato. Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu. Um quarto, e afinal, o último dos veteranos foi substituído.
     
 Os cientistas então ficaram com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas.
       Se fosse possível perguntar a algum deles porque eles batiam em quem  tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
       - “Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui”.
                                              
A moral da história:

Sabemos que tudo que é relacionado à matemática segue certos padrões, ou seja, a matemática em si é baseada em padrões e regras. O texto “Os Cinco Macacos” trata sobre a facilidade em que nos envolvemos com os padrões criados pela sociedade, mesmo que seja de forma totalmente inconsciente [como no caso dos macacos velhos]. O grande perigo disto acontecer, é que perdemos a capacidade de reflexão, indagação, questionamento, agindo conforme as regras impostas pelos nossos antecedentes. Na matemática também é assim, pois muitos dos grandes matemáticos - que comprovadamente estavam certos - tiveram que quebrar “padrões” impostos pela elite, de forma que suas descobertas fossem aceitas.  


 "Tristes tempos estes: É mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito".

Albert Einstein

Vídeo “Como nascem os Paradigmas”






REFERÊNCIA:

Adaptado de:

18 de mar. de 2013

19 de Março dia do Marceneiro


19/03 - DIA DO CARPINTEIRO E OU DIA DO ARTESÃO

Dia do Carpinteiro e ou Dia do Artesão
O carpinteiro é o profissional que atua geralmente na construção de habitações e estruturas de madeira. O marceneiro trabalha com arte, dando forma às madeiras mais nobres.
Neste dia são homenageados o carpinteiro, o marceneiro e os artesãos em geral. O carpinteiro é o profissional que atua geralmente na construção de habitações e estruturas de madeira. O marceneiro trabalha com arte, dando forma às madeiras mais nobres.

Durante muito tempo, o carpinteiro foi um dos profissionais mais requisitados, pois do seu trabalho dependiam vários ofícios. Os móveis da casa, os carros de bois ou puxados a cavalos, as ferramentas agrícolas de madeira etc. Esse ofício sobreviveu ao progresso, mas o carpinteiro teve de se adaptar aos novos tempos, recorrendo a equipamentos automáticos e alterando as suas produções. As antigas ferramentas tornaram-se, em grande parte, obsoletas, ainda que muitas delas mantenham as feições dos séculos passados. De modo geral, as antigas oficinas evoluíram para pequenas ou médias fábricas, e o artesão se transformou em operário.

O mais famoso carpinteiro foi Jesus que, na sua imensa humildade, aprendeu a arte da carpintaria com são José, homem simples e trabalhador, escolhido por Deus, em seu grandioso plano de redenção para a humanidade, para ser o pai terreno e tutor do Menino Jesus, em sua tão sublime missão. Maria era noiva de José, quando o anjo Gabriel lhe anunciou a chegada de Jesus. José, assustado, pensou em deixá-la secretamente, sem contar nada a ninguém.

Depois de sonhar com o anjo, que lhe revelou ser a criança o filho de Deus, José atendeu ao conselho e a acolheu, protegendo-a, bem como seu filho. Essa decisão marcou o fim do Antigo Testamento. José sempre esteve ao lado de Maria e de Jesus nas maiores provações; a sua proteção foi primordial para que Jesus crescesse, atingisse a idade adulta e cumprisse sua Paixão.

Pouco se sabe sobre a morte de José, mas esse valoroso homem mereceu da Bíblia um valioso título: o de homem justo. São José é, também, o padroeiro dos carpinteiros e dos artesãos.

Os artesãos, de fato, são pessoas premiadas por Deus com um dom especial. Eles são, antes de tudo, artistas operários, que participam de todo o processo do trabalho, até da comercialização, cujo resultado será para manter a si e a sua família.

O artesanato é uma atividade universal, que se diferencia no modo de fazer, no material empregado e nas formas ou padrões empregados em cada época e região. Essa rotina do manejo artesanal mantém a continuidade histórica dos processos tradicionais e das técnicas milenares, incorporados e padronizados pelos artesãos, que em geral os reinventam em cada nova peça ou forma, de acordo com suas inspirações.

A modernidade quer que o artesão seja visto como um precursor do microempresário, que trabalha com a família para o seu sustento. Mas ele não pode ser confundido com um simples vendedor de rua, cujo tabuleiro está repleto de quinquilharias, pois seu valor social é outro.

Hoje, o artesanato tem o conceito mundial de arte popular e é considerado o patrimônio cultural de uma nação. Assim sendo, é essa arte simplista que registra a trajetória de uma época, de um lugar, de um povo. Por meio dela é que se reconstrói a história das civilizações.

19 de março dia de São José




Já podemos comer as frutas proibidas durante um ano. 

Por que isso? Porque no dia de São José é costume em muitas regiões do país fazer oração e pedir graças tidas como impossíveis! Os agricultores do nordeste acreditam que, se chover neste dia, não vai faltar água pelos próximos meses. 

E para dar uma forcinha aos pedidos, é preciso ficar um ano sem comer determinada fruta. 

Funciona assim: faça uma lista com os nomes das frutas que você conhece, escreva em papéis e sorteie. A que sair você não poderá comer durante um ano. E nem seus derivados. 

Confira a oração a São José:
Ó glorioso São José, 
A quem foi dado o poder de tornar possíveis as coisas 
Humanamente impossíveis, 
Vinde em nosso auxílio nas dificuldades em que nos achamos. 

Tomai sob vossa proteção a causa importante que vos confiamos, para que tenha uma solução favorável. 

Ó pai muito amado, em vós depositamos toda a confiança. 
Que ninguém possa jamais dizer que vos invocamos em vão. 

Já que tudo podeis junto a Jesus e Maria, 
Mostrai-nos que vossa bondade é igual ao vosso poder. 

São José, a quem deus confiou o cuidado da mais 
Santa família que jamais houve sede - nós vos pedimos - o pai e protetor da nossa. 
E impetrai-nos a graça de vivermos e morrermos no amor de Jesus e Maria. 

São José, rogai por nós que recorremos a vós. 

VIDA MARIA- HISTÓRIA


Vida Maria

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Vida Maria é um curta-metragem em animação 3D que tem como personagem principal Maria José, com seus sonhos interrompidos ainda criança, quando precisou abrir mão de suas descobertas, das letras, dos estudos, para se dedicar ao trabalho. Ela cresce, conhece Antônio e se casa, tem filhos, entre eles, Maria de Lourdes e aí mais um ciclo se repete, pois Maria José age com Lourdes exatamente como sua mãe agiu, reproduzindo o seu passado no futuro da filha.
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Assisti a esse filme na aula de LEITURA TEXTUAL QUANDO ME FORMEI EM POS GRADUAÇÃO NO CURSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO e fiquei completamente encantada com a narração, os detalhes, as cores, as expressões, um trabalho de animação perfeito. Recomendo demais! E se alguém quiser informações sobre o filme, é só acessar o link Vida Maria na categoria Pérolas & Artes deste blog.

VIDA MARIA

MUITO BOM ESSE VIDEO.

É triste pensar que ainda hoje existem pessoas que vivem desta maneira: reproduz o que aprendeu, por isso nós enquanto preocupados com a educação, devemos fazer de tudo para mudar. vídeo muito interessante. 

vida maria por tradicaonegocios  no Videolog.tv.

Linguagem e Língua


Linguagem e Língua


Linguagem:
Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas.

-Linguagem verbal: é aquela que tem por unidade a palavra.

-Linguagem não verbal:  tem outros tipos de unidade, como gestos, o movimento, a imagem e etc. 

-Linguagem mista: como as histórias em quadrinhos, o cinema e a tv que utilizam a imagem e a palavra.


Língua:
É o tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si.

Variedades lingüísticas:
São as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

-Norma culta: é a língua padrão, a variedade lingüística de maior prestígio social.

-Norma popular: são todas as variedades lingüísticas diferentes da língua padrão.


Dialetos:
São variedades originadas das diferenças de região, de idade, de sexo, de classes ou de grupos sociais e da própria evolução histórica da língua(ex.: gíria)

Intencionalidade discursiva: são as intenções, explícitas ou implícita, existentes na linguagem dos interlocutores que participam de uma situação comunicativa.


Conceituado:
Texto: É uma unidade lingüística concreta, percebida pela audição (na fala) ou pela visão (na escrita), que tem unidade de sentido e intencionalidade comunicativa.

Discurso: É a atividade comunicativa capaz de gerar sentido desenvolvida entre interlocutores. Além dos enunciados verbais, engloba outros elementos do processo comunicativo que também participam da construção do sentido do texto.

Coesão textual  são as articulações gramaticais existente entre palavras, orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto que garantem sua conexão seqüencial. 

Coerência textual é o resultado da articulação das idéias de um texto ; é a estruturação lógico- semântica que faz com que numa situação discursiva palavras e frases componham um todo significativo para os interlocutores.


Fonte:
http://www.estudanet.hpg.ig.com.br/l-l.htm

Saiba Mais no GrupoEscolar.com: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/linguagem-e-lingua.html

Distribuição de conteúdos e escrita colaborativa (Alejandro Piscitelli)


Distribuição de conteúdos e escrita colaborativa (Alejandro Piscitelli)

Contexto: o que apresento abaixo é um resumo do texto "distribuição de conteúdos e escrita colaborativa", escrito por Alejandro Piscitelli. O resumo foi preparado para a disciplina "Tecnologias digitais em espaços educativos", ministrada pela professora Lucilene Cury, que curso na ECA (Escola de Cominicações e Arte) da USP.

Alejandro Gustavo Piscitelli formou-se em Filosofia na Universidade de Buenos Aires e obteve mestrado em Ciência de Sistemas na Universidade de Louisville (EUA) e na Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais  (FLACSO). É consultor organizacional em Internet e e-commerce. Atua como professor de oficina de processamento de Dados, Telemática e Informática, pela UBA. Além disso, ministra cursos de pós-graduação na UBA, FLACSO, Universidad de San Andrés, e varias universidades Argentinas e Latino-americanas e espanholas. Ocupa importante posição como consultor em programas e organizações em sua especialidade. É ainda, co-editor da revista eletrônica Headline News Interlink. (resumo retirado de http://alejandro-piscitelli.webnode.com/  acesso em 02/11/2012)

Distribuição de conteúdos e escrita colaborativa

No livro “Internet, la imprenta del siglo XXI”, de Alejandro Piscitelli, há um capítulo destinado à discussão da distribuição de conteúdos e escrita colaborativa. Neste capítulo, o autor discute a produção e distribuição de conteúdos na Internet, dando destaque aos blogs e as wikis, traz um histórico sobre o desenvolvimento tecnológico desde o telégrafo, passando pela imprensa, o rádio, a  TV e mais recentemente, a Internet. Apresenta uma visão crítica sobre a ideia de armazenamento ilimitado e interação com milhões de pessoas, tendo como pano de fundo a questão da desigualdade econômica posta pelo capitalismo. Reconhece que há democratização e aumento da produção de conteúdos na web, mas ressalta a perda de qualidade do conteúdo produzido como conseqüência do amadorismo massivo das publicações. Ainda assim, destaca a importância da gratuidade da produção na rede, enfatizando o potencial da produção democrática e colaborativa.
Piscitelli chama a atenção para a necessidade de análise das relações existentes entre os novos suportes e linguagens que temos hoje e a história de distribuição dos conteúdos que se vai gerando no processo dessas transformações. Para isso, faz uma rápida imersão pela história, discorrendo sobre as dificuldades de produção e distribuição dos manuscritos, pelo seu altíssimo custo, em seguida destaca a importância do surgimento da imprensa para a Europa e para todo o planeta, mas ressalta ainda o alto custo e por isso, era tarefa para grandes empresas e mais tarde o surgimento do rádio e da TV como novos mecanismos de irradiação de informações, porém, pelo alto custo em obter equipamentos e licenças para manter a distribuição, era ainda tarefa para poucos ricos e poderosos. Com a chegada da Internet, conquista-se o meio de geração e distribuição de conteúdos mais econômico e acessível da história.
O autor destaca que os preços das máquinas caíram significativamente de modo simultâneo à criação da Internet. A criação da Internet é considerada como a maior revolução da história da comunicação. Segundo Piscitelli, “agora qualquer pessoa podia publicar qualquer coisa e qualquer outra podia lê-la, onde o horizonte da publicação parecia abrir-se para o infinito e as barreiras que impediam uma circulação massiva das mensagens uma distribuição altamente global dos conteúdos parecia haver desaparecido como por arte de magia” (pág. 83). Porém, de forma crítica, o autor relativiza essa democratização, pois não é verdade que todos tem acesso às publicações de todos. Não se pode esquecer que a possibilidade de publicação “um para muitos” depende de fatores totalmente externos como, por exemplo, a largura da banda. Da mesma maneira, há um limite nas contas de distribuição, e traz como exemplosituações em que o envio por e-mail de arquivos como apresentações em PowerPoint  não são possíveis de se concretizar quando estes ultrapassam o tamanho em bytes especificado pelo serviço de correio eletrônico. O autor diz que é claro que existem espaços de armazenamento ilimitados, mas são cada vez mais caros, ou seja, há poucas opções intermediárias. Nesse cenário, é impensável imaginar que um usuário comum, de recursos médios, tenha a possibilidade de ser visitado por centenas de milhares de pessoas diariamente. Reconhecer isso é dizer que não há tanta liberdade como se pode parecer.
Apesar da questão econômica, Piscitelli destaca que existem outras variações de produção coletiva na rede que merecem consideração, como os blogs e as wikis. A wiki (que significa rápido), é uma aplicação de informática colaborativa, que permite que documentos web sejam criados coletivamente sem que exista uma instância hierárquica de aprovação antes que seja publicado e isso de forma simples e fácil, dá como exemplo a wikipédia. Essa mesma facilidade de uso ocorre com os blogs (ou weblogs), onde as pessoas são conteúdistas, editores, assistentes técnicos, designers e etc.
O que ocorre, por outro lado, com os blogs e wikis é a diminuição do valor econômico das publicações e a perda de qualidade do conteúdo, que decorre do amadorismo massivo das publicações.  “Sem dúvida, os artigos não são os mesmos que podemos encontrar na Enciclopédia Britânica, porém, não custam um centavo baixá-los na rede e o importante não está somente no valor dos seus artigos, mas na magia que há em que a wiki-comunopédia funcione, some talentos e qualidade, e sobretudo cresça, se difunda e seja ambiciosa e efetiva” (pág.88).

Nas palavras de Piscitelli:
“Num mundo hierárquico, onde quase tudo está organizado não tanto pelos que sabem, mas pelos que podem e querem; onde a brecha entre o saber e o fazer multiplica-se diariamente, gerando dificuldades e frustrações a granel, o exemplo das wikis como a wikipédia, mostra que há outra forma de fazer as coisas e que, por sorte, podemos participar dessas construções complementares” (pág. 88-89)

Para finalizar seu texto, Piscitelli diz:
 “A conclusão previsível de tudo isso é que o maior erro que se pode haver é imaginar cobrar pelo que deve ser gratuito, ainda que curiosamente essa seja a base da mercantilização e o motor oculto do capitalismo.  Blogar é hoje um hobby e um presente divino por obra e graça da santa tecnologia, não são o paraíso dos milhões, mas sim uma fonte inesgotável de mesas virtuais e pequenos grupos que seriam impossíveis de fomentar, manter ou gerar no mundo real. Nesse sentido, a massificação que a Internet gera é algo que tem um valor incalculável. Porque o mais interessante e reconfortante dos blogs é que geram conversas que são importante para nós, conversas em que ser parte do jogo é uma recompensa que nenhuma moeda poderia substituir jamais” (pág. 91)

Assim, Piscitelli nos faz pensar sobre as complexas relações existentes entre o surgimento da Internet e as inúmeras possibilidades que ela nos traz em sua versão 2.0, não nos deixando esquecer da relevância em pensar no seu contexto de surgimento, a globalização e o capitalismo e as implicações deste contexto nesse novo universo da produção e distribuição de conteúdos. Sendo assim, ainda estamos num processo de construção de um “mundo sem fronteiras”, onde a questão central deve ser a busca pelo acesso democrático e irrestrito a tudo o que essas ferramentas digitais e colaborativas põem nos oferecer.

Bibliografia
PISCITELLI, A. Distribuición de contenidos y escritura colaborativa. In:Internet, la imprenta del siglo XXI. Barcelona: Editorial Gedsa, 2005.

Para saber mais sobre Alejandro Piscitelli, acessem o blog colaborativo que a turma da disciplina da ECA citada acima produziu:  http://alejandro-piscitelli.webnode.com/

O dia em que conheci Bernard Charlot


O dia em que conheci Bernard Charlot

Quem é Bernard Charlot?



Bernard Jean Jacques Charlot nasceu em Paris, em 1944. Formou-se em Filosofia em 1967 e, dois anos depois, foi lecionar Ciências da Educação na Universidade de Túnis, na Tunísia. De volta à França, em 1973, trabalhou por 14 anos na Ecole Normale, um instituto de formação de docentes. No período de 1987 a 2003, atuou como professor catedrático da Universidade de Paris 8, onde fundou a equipe de pesquisa Escol (Educação, Socialização e Comunidades Locais), voltada para a elaboração dos elementos básicos da teoria da relação com o saber. Após se aposentar, veio para o Brasil. Como professor-visitante da Universidade Federal de Mato Grosso, seguiu fazendo pesquisas até ser convidado para ser visitante na Universidade Federal de Sergipe, em Aracaju. Desde 2006, é lá que coordena o grupo de pesquisas Educação e Contemporaneidade, engajado em delinear as relações com os saberes e explicitar de que forma os alunos se apropriam deles (http://filosofarpreciso.blogspot.com.br/2009/06/bernard-charlot-ensinar-com-significado.html), acesso em 10/09/2012.


No dia 01 de setembro (sábado) tive o prazer de conhecer pessoalmente Bernard Charlot. Fui a uma palestra dele no Instituto Singularidades, em São Paulo. Dentre tantas coisas que Charlot disse, compartilho aqui algumas das ideias que ele trouxe para discussão. Uma das coisas foi em relação ao sucesso das crianças das classes populares. Ele disse que essas crianças não necessariamente terão uma vida como a de seus pais. Disse que há uma posição social objetiva, mas há também o que as pessoas fazem em suas cabeças com essa posição social objetiva, porque existe também uma posição social subjetiva, e aí entra o papel da escola em mostrar possibilidades, caminhos, dar acesso à um outro mundo possível. Deu o exemplo de Luiz Inácio Lula da Silva (ex-presidente Lula), como uma pessoa que foi muito além de suas origens. Charlot deixou claro que sua abordagem é antropológica. Defende que o ser humano nasce incompleto, inacabado e que pela sua condição humana tem capacidade para criar o que precisa. O ser humano é humano, social e singular ao mesmo tempo. “Quanto mais social, mais sou eu mesmo, mais eu me desenvolvo enquanto singularidade”.

Diz ainda que só aprende quem se mobiliza intelectualmente. A mobilização é um movimento “de dentro”, ela supõe desejo (psicanaliticamente falando). Por isso Charlot justifica que não gosta da palavra “motivação”, pois é algo de fora pra dentro e, dentro da visão que ele acredita, motivação não funciona. O desejo pode investir em objetos de saber.

Na escola se aprende a não gostar do que se ensina na escola”. A professora tem que transformar crianças em alunos. Antigamente, a escola recebia alunos (pois toda a formação anterior era feita na família). Agora a escola recebe crianças, todo o trabalho que antigamente era feito no âmbito familiar, agora a escola precisa fazer. E completa que a escola democrática é aquela que faz o que a família não consegue fazer.

Na caracterização de alunos, relata que há alunos que aprendem com qualquer método (os considerados CDF´s). Há alunos que vão à escola para mudar a vida (em exemplo pode ser um bom aluno de meio popular)- que ele chama de voluntarismo. Há alunos aos quais a escola não oferece aventura intelectual (diz que as vezes até a professora acha chato o que ela ensina...). E há alunos que não vão à escola para aprender, vão à escola para passar de ano e se formar. Fazem as atividades apenas para passar de ano, mais nada. Nesse ponto, eu questionei o que fazemos então com alunos que frequentam escolas organizadas por ciclos, onde não há reprovação (a não ser ao fim do ciclo), o que fazer para que eles se sintam “mobilizados intelectualmente”? Charlot respondeu que esse é um problema, principalmente porque teoricamente as escolas são concebidas em ciclo, mas suas práticas continuam “seriadas”. Enquanto elas não funcionarem na lógica do ciclo e com práticas de ciclo, isso continuará sendo um problema.

Charlot ressalta que os alunos funcionam em uma lógica profundamente diferente da nossa. É preciso conhecê-los, saber o que pensam sobre as coisas, sobre a escola.

Entre outras coisas, Charlot comentou sobre algumas entrevistas que fez com crianças na periferia de Paris e também em periferias de algumas cidades no Brasil. Ele disse que a palavra “refletir” só aparecia relacionada à coisas fora da escola, sobre a vida, por exemplo. Nada na escola relacionava-se com o “refletir”. Isso é um problema. Na escola os alunos aprendem a obedecer. Existe uma “lógica da tarefa”. As crianças acham que estudar é fazer o que a professora disse que elas tem que fazer. Nesse sentido, a lógica do construtivismo nunca foi tão necessária na educação. E indaga: “mas como fazer isso amanhã na sala de aula”? A questão é: “o que é possível fazer”?

Todo mundo quer que os alunos pensem, mas ninguém os ensina a pensar”.

Charlot diz que, em relação as crianças de camadas populares que acabam por ser bem sucedidas inclusive na idade adulta, devem lidar ao mesmo tempo com o sucesso e com o sofrimento de se diferenciar dos seus familiares. É um sofrimento tanto da pessoa, quanto da família. Há uma tripla autorização: a de que o filho será diferentes dos pais, a de que você é diferente dos pais e aceitar que seus pais são diferentes (aceitá-los como eles são). É mais ou menos assim “ganha o mundo e perde a família” como referencial.

Pra finalizar, Charlot coloca a questão da sociedade contemporânea, suas contradições e desafios e que a escola precisa trabalhar com atividades que façam sentido e que sejam fontes de saber. Diz ainda que o conhecimento é sempre resposta à um questionamento. Tem que dar espaço para a criança falar. Temos que saber o que elas pensam sobre o que ensinamos.

Acredito eu que todos esses pontos “pincelados” por Charlot em sua fala nos levam a refletir sobre vários e diferentes aspectos da educação. O que ficou mais forte pra mim foi a questão da construção do sentido no saber e que esse sentido vem “de dentro” e não o contrário. Dessa forma, faz-se necessário repensar as práticas pedagógicas e tentar trazer os alunos para o centro da situação educacional, procurando ouvi-los, saber o que pensam e colocá-los em situações onde eles possam construir questionamentos e buscar respostas. Buscar algo que faça sentido.

Podem as tecnologias digitais contribuir para um melhor desenvolvimento da educação?


Podem as tecnologias digitais contribuir para um melhor desenvolvimento da educação?


Um olhar crítico

(Texto de Maria Teresa Quiroz Velasco)
Alessandro Baricco empreende uma profunda análise da leitura, das novas linguagens e de um mundo bárbaro que nos assola e põe em risco a humanidade. Sustenta que hoje em dia a leitura está em crise e que quem compra livros não é, na realidade, leitor, mas personagens presos ao mercado. Observa que um número muito significativo de livros vendidos provém de filmes, novelas escritas por personagens da TV ou gente famosa, temas conhecidos ou auto-ajuda.

Baricco é muito crítico com a web porque consagra novos valores frente ao conhecimento e a informação. A qualidade tem sido redefinida, assim como a ideia do que é importante e o que não é. O significado mudou da seqüência do conhecimento, para seu movimento. Anteriormente, completa Baricco, a compreensão e o conhecimento estavam na profundidade dos assuntos, em sua sequencia. Agora se encontra em sua trajetória, que não está na profundidade e sim na superfície. “Navegar na rede. Nunca foram mais precisos os nomes. Superficie em vez de profundidade, viagem em vez de imersão, jogo em vez de sofrimento” (BARICCO, 2008: 111). Baricco assinala que se “surfa” na crista da onda, a qual o espetáculo predomina.

O autor alerta sobre a necessidade de se empreender uma política cultural que preserve a inteligência do azar do mercado puro e simples, porque a formação coletiva passa hoje em dia pela escola e pela televisão.

Podem as tecnologias digitais contribuir para um melhor desenvolvimento da educação?

A pergunta e sua resposta são fundamentais ao longo de todo esse texto no qual o esforço central está em materializar o uso de tecnologias digitais com fins educativos. Jesús Martín-Barbero y Germán Rey sustentam que hoje a maioria das pessoas não se incorporam à modernidade pelos livros e sim pelos gêneros e narrativas, linguagens e saberes da indústria, pela experiência audiovisual e pela internet. Se produzem profundas transformações no cotidiano, especialmente entre as novas gerações, que consomem a pluralidade de textos e escritos que circulam hoje. Também se constroem complexas relações entre a oralidade que perdura como experiência cultural primária da maioria e a visualidade tecnológica (JESÚS MARTÍN-BARBERO Y GERMAN REY, 1999).

Vivemos desconcertantes paradoxos na América Latina: por um lado somos testemunhas da abundância comunicativa, a ampla disponibilidade de informação e a explosão de imagens e de outro, uma deterioração da educação formal. Urge a necessidade de mudarmos de um modelo pedagógico pautado na transmissão de conhecimentos para um outro que se organize e se  fundamente na interatividade. Quais são as razões para essa mudança, de onde surgem e que exigências expressa? Se trata de caminhar de um modelo linear e centralizado para outro descentralizado e plural, coerente com as mudanças ocorridas na sociedade desde o fim do século XX, porém, em grande medida pelas exigências comunicacionais e cognitivas que nos sugerem os jovens. Manter o interesse e a atenção desses jovens é complexo e difícil. Trata-se de uma geração para a qual os modelos lineares e argumentativos tradicionais não fazem sentido. Os mais jovens se desenvolvem melhor que seus mestres numa variedade de conexões, relacionando a informação com a comunicação, sem separá-las, diferente do que os adultos fazem. Os mais jovens têm competencias para modificar conteúdos, para produzí-los e são espertos em compartilhá-los.

Por esses motivos, as decisões políticas no setor educacional e as políticas de gestão no interior das escolas são insuficientes porque não atendem ao sentido das mudanças relacionadas com a função de educar, limitando-se a investir em máquinas e tecnologias informáticas. O problema não pode reduzir-se a treinar professores para majenar computadores ou navegar na internet. Se trata de trabalhar e preparar os docentes para que compreendam o sentido da formação de seus estudantes como futuros cidadãos, como sujeitos autônomos com capacidades para discernir, argumentar e criar.

O brasileiro Marco Silva define o conceito de interatividade e manifesta:

“(...) a interatividade é um conceito da comunicação e não da informática. De fato, a interatividade é uma qualidade semiótica intrínseca das tecnologias informáticas, as quais permitem ao usuário operar com recursos de conexão e de navegação em um campo de referências multidirecionadas, permitindo entrar, manipular e modificar. O termo pode ser empregado para significar a comunicação entre interlocutores humanos e entre humanos e máquinas. Dado que o professor deve ser um comunicador, pode sintonizar a nova comunicação com a aula...” (p.16)

Nesse sentido, a educação interativa supõe, o que há muitos anos atrás Paulo Freire chamou de “educação dialógica”, não do professor para o aluno, mas do professor com o aluno. Como o nome indica, são relações de diálogo horizontais, em que o mestre deixa de “controlar” o conhecimento e acompanha os processos de exploração e reflexão. É claro que uma aula não será interativa porque tem equipamentos tecnológicos digitais, se nela permanecer a pedagogia da transmissão.

Texto base: VELASCO, Maria Teresa Quiroz. Tecnologias digitais: para a educação e a comunicação. In: CURY, Lucilene (org). Tecnologias digitais nas interfaces da comunicação/educação: desafios e perspectivas. 1 ed. – Curitiba, PR: CRV, 2012.

Referências:
BARICCO, A. Los bárbaros. Ensayo sobre la mutación. Barcelona: Anagrama. 2008.
FREIRE, Paulo. La importancia de leer y el proceso de liberación. México: siglo XXI.1984.
MARTÍN-BARBERO, Jesús y Germán Rey. Los ejercicios del ver. Hegemonía audiovisual y ficción televisiva. Barcelona, Gedisa. 1999.
SILVA, Marco. Educación interactiva. Enseñanza y aprendizaje presencial y online. Barcelona: Gedisa. 2005.

Nossos jovens em meio a imagens, sons e telas


Nossos jovens em meio a imagens, sons e telas


(Maria Teresa Quiroz Velasco)
Nas plataformas digitais se multiplicam dia a dia as formas de inter-relação entre os jovens, e a educação e as aprendizagens não deveriam estar alheias a esses espaços.

Resulta substancial identificar os chamados “nativos digitais” e sua relação com os “imigrantes digitais” para compreender o mundo dos jovens e as fraturas geracionais que se expressam na família, na escola e na vida cotidiana.

Os nativos digitais passam muito tempo em contextos digitais, intercambiando correios eletrônicos, arquivos digitais e mensagens curtas de texto por celular, nos “chats” ou em redes sociais. Desde muito jovens começam a usar esses meios e estão habituados ao trabalho colaborativo através de intermediários digitais e não do papel e da impressão. Lêem menos, vêem mais TV e em geral consomem muitas imagens.

Nesse sentido, a escola e os sistemas de educação dificilmente podem competir com a televisão, e menos ainda com as redes, os jogos e os contextos participativos (PISCITELLI, 2008;2009). Estamos diante de um novo modelo porque o conhecimento da realidade dos mais jovens passa, em boa medida, por todos esses meios (IGARZA, 2008).

Não obstante, e apesar das oposições entre nativos e imigrantes digitais, as diferenças geracionais seguem atravessadas pelas distâncias sócio-econômicas e culturais. A desigualdade não pode entender-se nem reduzir-se à condições materiais e de recursos técnicos, mas a um acesso desigual a novos recursos de individuação, estreitamente vinculados aos conhecimentos facilitados pela digitalização. Pode haver muitas crianças ou adolescentes nativos digitais pela idade, mas que pela desigualdade educativa ou por pertencer a um universo familiar com muitas carências não adquirem as competências necessárias.

São iguais as crianças e adolescentes cujas famílias lhes estimulam a interpretação de imagens, o exercício da opinião e o desenvolvimento de múltiplas capacidades e aquelas crianças e adolescentes de origem familiar urbanas marginalizadas e rurais, onde a violência familiar é mais freqüente, o estímulo intelectual menor e a  educação dos pais mais escassa?

Definitivamente não é um assunto meramente tecnológico. Alberto Melucci sustenta que a informação é um recurso simbólico e reflexivo, porém não se trata de qualquer bem, porque para que a informação seja produzida e intercambiada se requer capacidades de simbolização e decodificação. Sustenta que “o conhecimento é cada vez menos conhecimento de conteúdos e cada vez mais capacidade de codificar e decodificar mensagens” (MELUCCI, 1999). Os conteúdos perderam o valor central que tinham na educação tradicional, por isso, hoje em dia, interessa menos “o que”, e sim o “como”.

Para os mais jovens, o essencial de sua relação com a tecnologia está na possibilidade de estabelecer vínculos ao longo de todo o dia. A tradicional separação entre pensar e sentir, a razão e a emoção, instauradas pela educação na família e consagradas pela escola, tem dado espaço a outras modalidades de relação. Essa ideia vai ao encontro do que Roberto Igarza diz quando sustenta que, para os mais jovens, “ser é, antes de tudo, comunicar”, porque desfrutam, em  seu tempo ócio “em baixar e escutar música em formatos digitais, organizar álbuns de fotos acessíveis através da Internet para que seus amigos possam ver e comentar, assistir vídeos curtos em sites como YouTube e chatear, ser parte das redes sociais, ao mesmo tempo em que fazem outras várias atividades simultaneamente. A televisão já não lhes interessa tanto (...) Necessitam de um elevado nível de (hiper)atividade, o que está muito bem contextualizado no modelo comunicativo da era digital” (IGARZA, 2008).

Carlos Scolari acrescenta que estamos frente a mudanças cognitivas nas novas gerações, as quais tem sido formadas em outras experiências midiáticas e perceptivas. A cognição de uma criança que passa o tempo em meio a telas interativas e narrativas transmidiáticas é diferente daquela que passa seu tempo em meio a TV ou com os livros. Nesse sentido, a escola é a que mais sofre porque se encontra, mais uma vez, frente a mudanças que não consegue conter e nem acompanhar as crianças e adolescentes.

Mas, sem dúvida, é equivocado pensar que os nativos digitais fazem um uso amplo e profundo da tecnologia.

Há autores que optam por examinar de forma crítica os chamados “nativos digitais”, como o inglês David Buckingham, que examina a visão complacente de muitos autores que falam sobre as possibilidades ilimitadas da tecnologia e sua apropriação por parte dos mais jovens: “...a realidade é mais complexa. A visão otimista dos jovens como uma “geração digital” livre e potencializada automaticamente em virtude de suas experiências com as novas tecnologias – não passa de ilusão. Essa concepção não leva em conta algumas continuidades fundamentais, assim como importantes diferenças e desigualdades, nas experiências culturais dos jovens (...) Há uma diferença significativa, cada dia mais profunda, entre a experiência da maior parte dos jovens com a tecnologia fora da escola e seu uso dentro da escola. E essa “nova exclusão digital” é a que a política e a prática educativa devem abordar agora com urgência” (BUCKINGHAM, 2008: 110).

Acrescenta Buckingham que muitas vezes se ocultam interesses de mercado ao apresentar-se as crianças e jovens como uma geração dotada de “fluidez tecnológica”. Os nativos digitais tem um estilo de aprendizagem pautado na interação e no maior valor à imagens do que a palavras, assim como ao valor à velocidade. Apesar de terem deixado para trás o modelo sequencial e o discurso de seus pais e professores, resulta equivocado “endeusar” as crianças e jovens pela sua capacidade de informar-se, inovar e criar conteúdos. Há muito poucos indícios de que usem a Internet para conectar-se com o mundo. A usam melhor para conectar-se a seus pares mais próximos e para estender as relações já existentes. (BUCKINGHAM, 2008: 110-124).
Texto base:
VELASCO, Maria Teresa Quiroz. Tecnologias digitais: para a educação e a comunicação. In: CURY, Lucilene (org). Tecnologias digitais nas interfaces da comunicação/educação: desafios e perspectivas. 1 ed. – Curitiba, PR: CRV, 2012.

Referências citadas no texto:

BUCKINGHAM, D. Más Allá de la tecnología. Aprendizaje infantil en la era de la cultura digital. Buenos Aires: Manantial, 2008.

IGARZA, R. Nuevos médios. Estratégias de convergência. Buenos Aires: La Crujía. 2008.

MELUCCI, A. Esfera pública y democracia en la era de la información. Metapolítica, no.9. 1999.

PISCITELLI, A. Nativos digitales. Revista contratexto 6: http;///.ulima.edu.pe/Revistas/contratexto. 2008.

PISCITELLI, A. Nativos digitales. Dieta cognitiva, inteligência colectiva y arquitecturas de la participación. Buenos Aires: Santillana. 2009.

Fonte da imagem:  http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=895 (acesso em 02/09/2012, as 20h16)