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26 de set. de 2010

WWW - A Rede e o Desenvolvimento do Conhecimento

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Como num passe de mágica, tudo ficou acessível, o mundo perdeu as fronteiras, não havia mais segredos, as informações estavam todas à mostra... o mundo se ligava através de uma teia, uma grande rede virtual.


Passada a euforia da novidade e da descoberta, os vários nichos começam a se formar, nesta, e para esta grande rede. O comércio virtual é estabelecido, os contatos são mantidos, mas, principalmente, a infinidade de informações parece ser o grande e poderoso "olho central" da teia virtual. É sobre esse espectro de possibilidades que a pedagogia sai procurando seu espaço. O onde e o como utilizar a rede parece ser a grande incógnita.


Com uma visão tecnicista e com uma perspectiva multidisciplinar, a rede passa a ser então utilizada no ambiente escolar. As pesquisas são, agora, ricamente bombardeadas por centenas de informações, a sala de aula rompe as barreiras do tempo e do espaço, o professor passa a ser um condutor de excursões virtuais a museus, parques, países etc.

Os trabalhos dos alunos passam a ter muito mais dados e informações. Estes são muito mais ricos, precisos, atuais e com diferentes perspectivas e visões. Os alunos aparentam estar muito mais motivados. A sala de aula já não possui apenas quatro paredes, seu tutor não é mais o todo poderoso professor que detém todo o conhecimento. A escola, finalmente, possui múltiplas possibilidades.


A pedagogia adota a internet como uma nova "ferramenta instrucional". A ilusão do apelo visual, gera, nos alunos, uma suposta motivação. Com isso, a escola sente-se segura, satisfeita e com a sensação de missão cumprida ao utilizar a nova didática "Hight Tech".


Resta, portanto, desvendar as conseqüências desta "nova forma de aprendizagem", buscando responder algumas questões:

Como assegurar a aprendizagem em um contexto riquíssimo em informações, transformando-as em conhecimento?

Como utilizar-se das possibilidades de não linearidade da rede, de tal forma que esta peculiaridade não fragmente o processo de aprendizagem?

Como garantir uma real motivação, intrínseca, para os processos de desenvolvimento de novos esquemas?

Como utilizar-se da grande teia como fonte impulsionadora do processo de metacognição?

Como gerar a sociabilização, a consciência crítica, a responsabilidade e a cidadania em um ambiente friamente virtual?

 
Estas e tantas outras questões deverão ser "centros de reflexão" dos educadores, buscando contextualizar as possibilidades da rede numa dinâmica de trabalho com Projetos de Pesquisa, possibilitando a articulação da grande teia aos mecanismos procedimentais da sua utilização, gerando, assim, atitudes analíticas e reflexivas no sujeito aprendiz, de maneira a não transformá-lo em um "caçador de informações" virtuais.


A riqueza da rede é real e não virtual. Mas suas possibilidades para o desenvolvimento do conhecimento são questionáveis, quando se admite uma pedagogia simplista e passiva que, com certeza, irá gerar cidadãos tão etéreos quanto o mundo virtual.

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