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28 de ago. de 2010

Estabelecendo Limites

Estabelecendo Limites

Quando e como disciplinar as crianças não é um assunto fácil. Antigamente, os pais, principalmente o pai, estabeleciam as regras do certo ou errado, do bom e do mau comportamento, e de acordo com elas, as crianças eram punidas ou recompensadas. A partir das décadas de 20 ou 30, os pais passaram a ser instruídos no sentido de deixar os filhos mais soltos para que pudessem expressar melhor seus sentimentos, sem que fossem levadas em conta as inconveniências e os aborrecimentos que isso poderia causar às outras pessoas. Havia uma preocupação excessiva com as repercussões futuras das medidas disciplinares muito rígidas utilizadas durante a infância. Dava-se ênfase ao amor e segurança, muitas vezes entendidos como “deixe ele fazer o que quiser”, e negligenciava-se o treinamento da disciplina. Infelizmente, os resultados dessa conduta não foram os melhores.



A disciplina é necessária e indispensável.



Regras, leis e princípios governam quase todas as atividades físicas, mentais, emocionais e sociais. É essencial ensiná-las aos filhos para que eles possam adaptar-se ao mundo e ter um comportamento socialmente aceitável. Essa disciplina desenvolverá neles controles internos, o que lhes permitirá ter uma noção clara de seus direitos e deveres. A disciplina é uma questão de aprendizado de limites, que dura anos, sendo os maiores responsáveis os pais, que ensinam pelo exemplo que dão aos filhos e pelos limites que eles mesmos se impõem. É um processo gradual, em que os pais transmitem aos filhos seus valores e sua proposta e significado de vida. Transcende assim a utilização de normas de comportamento, a contenção de impulsos, a explicação dos direitos dos outros, a aplicação de castigos e recompensas. O segredo da disciplina está em viver aquilo que se ensina. As crianças assumem os valores aceitos por seu pais, sendo eles admitidos ou não pela sociedade.



Ensinar o que não se pratica é extremamente difícil, ou mesmo impossível. Se você agride as pessoas, se dirige em velocidade excessiva, se avança os sinais, se falseia a idade de seu filho para levar vantagens, se faz o dever de casa dele, se fica calado quando recebe um troco errado, se pede atestados médicos falsos, se mente ou engana, se fura filas, se pede para ocupar um espaço que não é o seu de direito e outros atos do mesmo teor, certamente você não estará contribuindo para que seu filho se torne um cidadão digno e respeitado pela comunidade. Palmadas, surras, castigos, chantagens e outras medidas-corretivas não são as melhores formas de se disciplinar, embora possam ser utilizadas, ocasionalmente, como uma forma de “preço pago pela criança” quando ela se desvia das regras ou regulamentos estabelecidos. O adulto, com raras exceções, é o resultado do que vivenciou quando criança, principalmente em sua casa. Certamente, a violência, o narcotráfico, a corrupção, a prostituição e muitas outras mazelas só diminuirão se conseguirmos modificar profundamente a educação de nossas crianças.



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