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29 de nov. de 2016

Claudia Fernanda de Mello 

Obra Paulo Freire “Pedagogia do Oprimido”.

Contato com a Pedagogia do oprimido

Freire sustenta, em seu livro “Pedagogia do oprimido” que devemos libertar o homem das alienações a que a consciência dominadora o submete, levando-o a desumanização. A desumanização e a humanização dentro de um contexto, são possibilidades dos homens como seres inconclusos e conscientes da sua não conclusão.

Daí começa uma luta dos oprimidos contra os seus opressores, mas essa luta só ganha sentindo quando os oprimidos recuperam sua humanidade. Quando um ser oprimido consegue se “libertar” de seu opressor sem humanização, sem comunhão, este homem novo se torna um ser individualista. Desta forma, se torna um novo opressor de novos seres oprimidos.

Com isso muitos oprimidos acostumados e adaptados na estrutura dominadora, temem a liberdade até se sentirem seguros e assumi-las. Muitos preferem a adaptação que sua não-liberdade os mantém à comunhão criadora que a liberdade leva.
O homem oprimido desenvolve em si a convicção, que consegue transformar tudo em compra, se tornando um ser materialista. E o dinheiro é a medida de todas as coisas, e o lucro é o seu objetivo principal.

O homem opressor consegue seguir isso até o ser oprimido tomar consciência de seu estado e pouco a pouco vai assumindo forma de ação rebelde. Porém, o homem só conseguirá se libertar da opressão, se organizar uma luta em comunhão, porque nenhum homem liberta o outro e nenhum homem se liberta sozinho.
A luta pela liberdade não se justifica apenas para ele se tornar um ser ativo e responsável e sim em uma luta para recomeçar a construção do outro, do auto-reconhecimento que lhe foi destruído.

Nesta obra, o autor relata como a educação pode vir a ser uma maneira de contribuir para prática da dominação onde esta pedagogia dominante por sua vez é fundamental na concepção bancária de educação, predominando o discurso e a prática, na qual, o sujeito da educação é o educador, sendo os educandos, como “vasilhas a serem enchidas”, o educador deposita comunicados que estes, recebem, memorizam e repetem, da qual deriva uma prática totalmente verbalista, dirigida para a transmissão e avaliação de conhecimentos abstratos, numa relação vertical. O saber é dado, fornecido de cima para baixo e autoritário pois manda quem sabe.

“A educação que se impõe aos que verdadeiramente se comprometem com a libertação não pode fundar-se numa compreensão dos homens como seres “vazios” a quem o mundo “encha” de conteúdos; não pode basear-se numa consciência espacializada, mecanicista mente compartimentada, mas nos homens como “corpos conscientes” e na consciência como consciência intencionada ao mundo. Não pode ser a do depósito de conteúdos, mas da problematização dos homens em suas relações com o mundo.” (Grifos do autor - Pedagogia do oprimido, p. 67)


Dessa maneira, o educando em sua passividade, torna-se um objeto para receber paternalisticamente a doação do saber do educador, sujeito único de todo o processo. Esse tipo de educação pressupõem um mundo harmonioso, no qual não há contradições, daí a conservação da ingenuidade do oprimido, que como tal se acostuma e acomoda no mundo do conhecido (o mundo da opressão) eis aí a educação exercida como prática da dominação.

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