CLAUDIA FERNANDA DE MELLO
"AS MUDANÇAS QUE O BRASIL ENFRENTA NAS EXPORTAÇÕES
DE
PRODUTOS ELETRODOMÉSTICOS PARA A ARGENTINA"
DEDICATÓRIA
Dedico
esta obra para minha Mãe
que
amo tanto.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pela oportunidade de
estar cursando nível superior e com isso adquirir conhecimento para
um futuro melhor, à minha mãe que tem me apoiado com carinho e
dedicação, aos professores que com muita paciência e dedicação,
procuram nos passar o que aprenderam ao longo de suas vidas, aos meus
amigos de sala de aula, que como eu, passam pelas mesmas dificuldades
de estudar, trabalhar, procurar no pouco tempo vago dar atenção aos
nossos familiares e em especial á minha amiga Fabiana que sempre
esteve ao meu lado nos bons e maus momentos.
Resumo
O Mercosul é um bloco que surgiu
para fortalecer as relações comerciais entre os países do cone
sul, na qual há livre circulação de bens, serviços , tanto na
exportação quanto na importação.
Entre os países que fazem parte
desse bloco econômico temos o Brasil e a Argentina no qual são os
membros mais importantes do Mercosul. Nos últimos tempos a Argentina
com a intenção de proteger seu mercado interno, impôs barreiras
nas exportações do Brasil do produto linha branca (geladeiras),
fazendo surgir uma crise econômica e comercial entre os países.
Contrariando os motivos que vieram a surgir, o Mercosul tem como
maior objetivo fazer unir todos os países do cone sul para se
integrarem e se tornarem um bloco economicamente forte como ocorreu
com a União Européia.
Abstract
The Mercosul and a economic block
that appeared to fortify the commercial relations between the
countries of the south cone, in which it has exempts circulation of
good, services, as much in the exportation how much in the
importation.
Between the countries that are part
of this economic block we have Brazil and Argentina in which is os
more important members of the Mercosul. In the last times Argentina
with the intention to protect its domestic market, imposed barriers
in the exportations of Brazil of the products white line
(refrigerator), to make to appear a economic and commercial crisis
between the countries. Opposing the reasons that had come to appear,
the Mercosul that has as bigger objective to join all the integrant
countries of the south cone if to integrate and if to become a
economically strong block as it occurred with the European Union.
Delimitação de Tema
As barreiras que o Brasil enfrenta na
exportação de produtos eletrodomésticos para a Argentina.
Um estudo de caso do produto geladeira
na exportação do Brasil para Argentina.
A guerra fiscal entre estados
brasileiros gerou vantagens inaceitáveis para os produtos fabricados
aqui • No Brasil há uma Zona Franca, na qual a taxa de importação
é zero. As empresas radicadas no Brasil que exportam para a
Argentina são companhias multinacionais. O Brasil tem um programa de
incentivo à exportação, o Proex, que possibilita empréstimos de
7% ao ano em dólar...e o que eles fingem ignorar . Na Argentina
também existe uma província que oferece isenções fiscais, a de
San Luís. Na Argentina também existe uma Zona Franca. Fica na Terra
del Fuego, no sul do país, e funciona nos mesmos moldes da similar
brasileira. Quando as companhias multinacionais de automóveis
radicadas na Argentina exportam para o Brasil, esse argumento é
esquecido. Nenhuma empresa de eletrodomésticos, o pivô da crise
entre Brasil e Argentina, teve acesso ao Proex nessas condições.
Justificativa
Através deste trabalho mostrarei que
não é de hoje que há barreiras na exportação de diversos
produtos em principal atualmente a geladeira, entre os países que
compõem o Mercosul, mesmo com a Tarifa Externa Comum (TEC), é
importante esse trabalho, pois através dele adquiri mais
conhecimento sobre o assunto e creio que será muito importante para
os próximos estudantes, que poderão utiliza-lo para pesquisas em
seus futuros trabalhos.
Vivemos um momento no Brasil no qual
as exportações estão crescendo cada vez mais, sendo muito
importante esse crescimento à Balança Comercial do país, pois esse
aumento traz divisas e conseqüentemente mais desenvolvimento e
reconhecimento do país ao mercado internacional.
Com a Globalização o Brasil entre os
países membros do Mercosul, vem acompanhando o ritmo a nova era da
tecnologia, sendo esse um dos principais fatores que auxiliou o
aumento do índice de exportação e importação entre o Brasil para
o comércio Internacional, em principal a Argentina, exportando o
produto geladeira.
Problema
Quais os problemas que podem ocorrer
nas relações comerciais entre o Brasil e a Argentina com as
barreiras tarifárias?
A polêmica entre os dois países teve
inicio no 1ºsemestre de 2004, quando o governo argentino elevou de
zero para 21% a alíquota de importação dos televisores fabricados
na Zona Franca de Manaus. Os argentinos também ameaçaram impor
quotas para as exportações de eletrodomésticos da chamada linha
branca -fogões, geladeiras e máquinas de lavar. A medida provocou
protestos dos empresários brasileiros.
A eliminação das tarifas e das
restrições não-tarifárias ao comércio entre os países-membros é
um objetivo central nos processos de integração regional, porém
Argentina se esqueceu disso por algum tempo. São chamadas restrições
não-tarifárias as disposições legais distintas do imposto de
importação que têm por objetivo central limitar a importação de
mercadorias por determinado país (quotas ou anuências prévias para
importação, por exemplo). No caso do Mercosul, um grande passo na
direção deste objetivo foi dado em 31 de dezembro de 1994. Desde
então, um país pode importar produtos de outro integrante do
Mercosul sem pagar tarifas. Algumas poucas exceções persistiram, na
forma de listas de produtos protegidos por tarifas que foram
eliminadas posteriormente, por meio do Regime de Adequação. As
restrições não-tarifárias, por outro lado, uma vez identificadas
pelos Estados Partes, foram igualmente eliminadas.
Com a progressiva eliminação das
restrições tarifárias e não-tarifárias, as alíquotas aplicadas
ao comércio dentro da zona são sempre diferentes (e menores) do que
aquelas praticadas a países fora da zona. Essa diferença, chamada
de Margem de Preferência, é um dos grandes estímulos que os países
têm para integrarem-se.
Se por acaso a Argentina impuser
barreiras para o Brasil em suas exportações, se formara um
problema delicado entre as relações comerciais entre os dois
paises, pois entre o Mercosul são os paises mais importantes do
bloco, isso poderá fazer com que o bloco não se integre e fique
mais enfraquecido.
Hipóteses
Dentre as hipóteses que permeiam a
questão da quebra de barreiras nas exportações e importações de
produtos eletrodomésticos no Mercosul, podemos citar:
O motivo da implantação da Tarifa
Externa Comum.
A Tarifa Externa Comum é, na
realidade, um conjunto de tarifas que incidem sobre as importações
realizadas pelos países-membros do bloco. Representa um passo a mais
no processo de integração, já que não apenas o comércio
intrazona é regulado, mas também a relação comercial com os
demais países. É um passo necessário para equalizar as condições
de concorrência, ou seja, garantir que os produtores dos diferentes
países- membros pagarão o mesmo montante para importação de
insumos e máquinas, e portanto poderão competir entre si em
condição de igualdade. A negociação da TEC levou a uma revisão
da estrutura tarifária nos diferentes países, sendo que, no caso do
Brasil, as alíquotas utilizadas são, de um modo geral, mais baixa
que as alíquotas antes vigentes no caso dos produtos industriais. A
TEC, definida em comum, também só pode ser revista de comum acordo
pelos países-membros. Isso significa que qualquer negociação
comercial com outros países ou regiões deve ser conduzida pelos
quatro membros em conjunto. No entanto, também há algumas exceções
a TEC, que são negociadas separadamente, com programas de
convergência definidos para garantir a sua adequação. As
principais exceções a TEC correspondem a bens de capital, de
informática e de telecomunicações, produtos cuja tarifa convergirá
a TEC até 2006.
Programa de Liberação comercial;
Um Programa de Liberação Comercial,
que consisti na redução de tarifas progressivas, lineares e
automáticas, acompanhadas das eliminações de restrições não
tarifárias ou medidas de efeito equivalente, assim como de outras
restrições ao comércio entre os Estados Partes, para chegar a 31
de dezembro de 1994 com tarifa zero, sem barreiras não tarifárias
sobre a totalidade do universo tarifário;
Objetivo
A intenção no desenvolvimento desse
trabalho é apresentar aos leitores de forma clara uma visão da
crise que o Brasil enfrentou na exportação de geladeiras para a
Argentina, e a importância da importação e exportação que é
necessário ter para manter e formar um Bloco econômico forte , o
Mercosul.
Mostrar que para a integração do
Mercosul é desnecessário o protecionismo que é uma estratégia
restritiva governamental de impor tarifas elevadas, estabelecer
quotas, ou impor outras exigências aduaneiras ou não aduaneiras,
com o fim de desencorajar as importações de produtos estrangeiros
que venham competir em desigualdade de condições com produto
nacional, ou para conter o desequilíbrio da balança de pagamento.
Metodologia
Usarei o método indutivo utilizando
trabalhos de alunos de anos anteriores, que utilizaram temas
semelhantes ao meu, e também o método dedutivo utilizando
bibliografias sobre o tema
A forma de pesquisa desse trabalho
será através da pesquisa qualitativa;
Bibliográfica ( livros, revistas,
site, etc).
Relevância teórica
Para a formação desse trabalho,
utilizarei livros, revista e sites que falem sobre o Mercosul.
Mostrarei o porque que as relações
comercias entre Brasil e Argentina entrou em crise com as exportações
da geladeira ( linha Branca);
A importância da TEC ( tarifa externa
comum) no Mercosul;
Qual o real motivo da Argentina impor
tarifas nas exportações do Brasil, mesmo existindo a TEC;
Os
abalos que podem ocorrer à integração do Mercosul com a crise do
Brasil e Argentina e a importância dessa integração.
Apresentação
O Mercosul, como os demais blocos
internacionais em evolução, procuram sair do bilateralismo e passar
para o multilateralismo, uma vez que, as organizações
internacionais, são uma associação de Estados, que através de
tratados, determinam interesses comuns entre os estados associados.
Portanto, a criação destas organizações internacional visa
solucionar conflitos de relacionamentos entre os Estados, gerando
maior estabilidade entre os membros deste sistema.
O Mercosul no intuito de atingir um
mercado comum busca melhorar e regular a forma de administrar os
Estados integrantes, enfocando na relação entre a União Aduaneira
e o Livre comércio, bem como na solução dos conflitos decorrentes
entre os países membros devido ao não cumprimento das regras
definidas pela Tarifa Externa Comum (TEC), objetivando constituir um
bloco forte e capaz de construir identidade regional, dentro do
cenário econômico mundial.
Quando criado, tinha como objetivo a
ordem econômica, mas com o tempo tornou-se um projeto estratégico
regional de natureza política, exigindo instrumentos de legitimidade
para o desenvolvimento de uma consciência política para o Mercosul,
de forma a demonstrar como ocorrem as relações comerciais
importações/exportações e os mecanismos reguladores de seu
funcionamento, mecanismos estes, que possuem a finalidade de
consolidação da União Aduaneira e o Livre Comércio.
A construção do Mercosul tende a
uma zona de livre comércio, com a isenção ou não tarifas
alfandegárias e de uma união aduaneira, estabelecendo uma Tarifa
Externa Comum (TEC), as quais visam justamente ditar as normas
tarifárias, mantendo um relacionamento harmonioso economicamente
entre os países integrantes do Mercado Comum do Sul.
Entende-se que a zona de livre
comércio fixa os limites regionais jurídicos e institucionais,
ocorrendo o processo de integração econômica e física, permitindo
o fluxo comercial entre os países.
A unificação da política aduaneira
e a instituição de uma Tarifa Externa Comum (TEC), com exceções
conhecidas e com escala de redução gradativa até a uniformização
deveriam impedir que interesses locais pressionem os governos
domésticos para que apliquem medidas protecionistas. Entretanto, os
países membros do Mercosul, por exemplo, têm por vezes, tomadas
iniciativas que “perfuram” a tarifa externa comum, baseada em
argumentos macroeconômica, para tal buscando a aprovação dos seus
parceiros, dos quais têm citado a maioria das suas solicitações.
Dentro deste contexto, até que ponto
o Livre Comércio extra Mercosul estaria afetando as relações
comerciais entre o Brasil e a Argentina membros importantes do
Mercosul com as barreiras tarifárias?
Procuro desta forma demonstrar a
importância do Mercosul, para o desenvolvimento comercial da América
do Sul, como um bloco econômico forte e capaz de realizar
negociações comerciais vantajosas entre os paises membro. Enfoque
no conflito decorrente entre os países membros e o cumprimento das
regras definidas pela Tarifa Externa Comum (TEC).
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................01
CAPITULO
1 Origem do
Mercosul..................................................................................................04
1.1 O Mercosul como
processo histórico e como realidade sociológica.....................................................................................................................06
CAPÍTULO 2 Evolução das relações
comerciais do Mercosul....................................................09
2.1 Integração Brasil –
Argentina ao Mercado Comum do Sul: 1986 a
1990.....................................................................................................................................................13
CAPITULO 3 Integração
Econômica..............................................................................................
16
3.1 O Incremento nos acordos e
parcerias após o surgimento do
Mercosul...............................................................................................................................................20
CAPITULO 4 As relações comerciais
entre Brasil e Argentina...................................................22
4.1 Os objetivos
econômicos do mercado para
2006................................................................................................................................24
CONCLUSÃO....................................................................................................................................26
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................................29
Introdução
A escolha do tema desse trabalho,
partiu devido a grande ameaça que ocorreu nas exportações de
geladeiras do Brasil para a Argentina em meados de 2004.
Para que se possa entender o tema
escolhido mostrarei no capitulo 1 desse trabalho a origem do
Mercosul, sendo esse o mais importante projeto de política externa
do Brasil. Decorridos praticamente dez anos desde a assinatura do
Tratado de Assunção,
A assinatura, em 26/3/91, do Tratado
de Assunção, culmina um processo de negociações iniciado em
agosto de 1990 entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O Tratado
materializa antiga aspiração de seus povos, refletindo os
crescentes entendimentos políticos em âmbito regional, a densidade
dos vínculos econômicos e comerciais e as facilidades de
comunicações propiciadas pela infraestrutura de transporte dos
quatro países.
Constituindo-se na mais recente
experiência de integração da América do Sul, o Mercosul é, sem
dúvida, uma das mais bem sucedidas iniciativas diplomáticas da
história do continente. Ao longo deste trabalho, conheceremos um
pouco mais esse ambicioso projeto, que tentarei revelar sob os seus
múltiplos aspectos.
No capítulo 2 busco mostrar o
Mercosul, apesar de jovem, é o resultado de um lento processo de
amadurecimento histórico que, ao longo do tempo, levou seus países
membros a substituir o conceito de conflito pelo ideal de integração.
Uma leitura histórica do processo de aproximação entre Argentina,
Brasil, Paraguai e Uruguai é indispensável para entender o que
representa o Mercosul como projeto econômico, mas também como ideal
político. Neste capítulo, ofereço informações sucintas sobre os
antecedentes remotos e recentes do Mercosul, sua criação, com a
assinatura do Tratado de Assunção, o chamado "Período de
Transição" e a consolidação da União Aduaneira.
A livre circulação de bens serviços
e fatores produtivos entre os países se encontrarão no capítulo 3,
junto através, entre outros, da eliminação dos direitos
alfandegários e restrições não-tarifárias á circulação de
mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente;
O estabelecimento de uma tarifa
externa comum e a adoção de uma política comercial comum em
relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a
coordenação de posições em foros econômico comerciais regionais
e internacionais;
A coordenação de políticas
macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes de comércio
exterior, agrícola, industrial, fiscal, monetária, cambial e de
capitais, de serviços, alfandegária, de transportes e comunicações
e outras que se acordem , a fim de assegurar condições adequadas de
concorrência entre os Estados Partes; e o compromisso dos Estados
Partes de harmonizar suas legislações, nas áreas pertinentes, para
lograr o fortalecimento do processo de integração.
Sendo assim, se existe e foi firmado
o Livre comércio no Mercosul, por que alguns países do bloco em
particular a Argentina, estariam impondo barreiras para impedir a
livre circulação de bens e serviços entre os outros países
membros, se isso automaticamente pode enfraquecer o Bloco.
No Capitulo 4 busco mostrar a crise
que ocorreu em meados de 2004 nas exportações de geladeira do
Brasil para a Argentina., e qual foi a melhor solução para resolver
esse conflito comercial entre esses dois paises, membros mais
importantes do Mercosul.
Que é necessário que os países
participantes do bloco se integrem para se fortalecerem
economicamente e poderem competir com outros blocos internacionais
Busco mostrar através desse trabalho
aos leitores uma forma clara e simples que para se obter uma
integração completa e que realmente se forme um bloco forte, é
necessário que os países integrantes tenham consciência que devem
cumprir as leis que são impostas pelo Mercosul e serem punidos caso
façam algo desleal contra um outro membro, que automaticamente
impondo barreiras ou qualquer forma de barreiras estará prejudicando
ao seu próprio comércio.
Através do método indutivo e
dedutivo que a pesquisa desse trabalho conseguiu ser realizado
Capitulo 1
Origem do Mercosul
A iniciativa do Mercosul derivou da
necessidade de promover a integração econômica das nações do
cone sul do continente americano, a exemplo de acordos
estabelecimentos em outras regiões do mundo, tais como o Mercado
Comum Europeu, o Nafta e os Tigres Asiáticos. Através de
eliminação dos direitos alfandegários, favorecendo a livre
circulação de bens e serviços, criam-se as condições para o
surgimento de um mercado regional na América Latina, de forma a
assegurar a autonomia e a sobrevivência dos países membros, frente
ao aceleramento do processo de globalização.
Como resultado dessa cooperação, os
países membros do Mercosul almejam alcançar a modernização das
estruturas produtivas, a especialização e a complementaridade dos
setores econômicos, fatores imprescindíveis para garantir a
inserção competitiva da América Latina no cenário mundial, o
progresso e o bem-estar de suas populações.
De acordo com o autor Beçak (2000: 70
), a constituição do Mercosul teve início em 1991, com a
assinatura do Tratado de Assunção, firmado pelos presidentes dos
Estados integrantes Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Este
acordo estabelece normas e programas para atingir o desenvolvimento
tecnológico e científico de seus países, elegendo como meta à
justiça social.
Uma das cláusulas do Tratado de
Assunção prevê a adesão das demais nações latino-americanas,
uma vez que seu objetivo é colaborar para integração e
consolidação de um espaço econômico envolvendo, progressivamente
, toda a América Latina. O Chile e a Bolívia participam como países
observadores e como parceiros em vários projetos de integração
cultural.
Isto por que o Mercosul tem revelado
outras facetas além do previsto comércio de bens e serviços. Vem
demonstrando a sua competência para unir países geograficamente
próximos e com raízes culturais comuns. Uma evidência de sua
atuação nesse setor reside no fato de que a colaboração entre as
nações participem do Mercosul tem apresentado desdobramentos,
transcendendo a esfera econômica, sua inspiração inicial, e
espraiando-se pelas áreas culturais, sociais, educativas e
ecológicas, estimulando, inclusive, o surgimento de organismos
afins, que tratam de assuntos correlatos.
Segundo destaca Kunzler (1999:90), o
“Tratado de Integração” (1988 assinado em Buenos Aires, no dia
29 de novembro envolvendo o Brasil e Argentina ato considerado por
ele como sendo ”um grande passo rumo a integração bilateral”),
previa a formação de um espaço econômico comum alcançando os
territórios dos dois países, bem como a eliminação de obstáculos
tarifários em um prazo de 10 anos a partir do início de sua
vigência. Dois anos após a ratificação do Tratado, foi assinada a
Ata de Buenos Aires, por intermédio da qual o prazo para instauração
do mercado comum bilateral foi antecipado em cinco anos fixando o seu
início para o dia 31 de dezembro de 1994.
Deste 1º de Janeiro de 1995,
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, os países membros do Mercosul
(Mercado Comum do Sul), passam a cobrar tarifas idênticas nas suas
importações. A TEC (Tarifa Externa Comum) abrange 85% dos produtos
Negociados. Os 15% restantes terão um prazo maior de adaptação
(variando de 2001 a 2006).
Em 1995, estes países formaram uma
união aduaneira com quase 190 milhões de consumidores potenciais e
um PIB (Produto Interno Bruto) total de mais de meio trilhão de
dólares que terão 12 anos para dar o passo seguinte: construir um
mercado comum, e ao mesmo tempo, conquistar a estabilidade econômica
e superar o desenvolvimento social.
Ao contrario das experiências
anteriores, desta vez a integração deixou os gabinetes e
consolidou-se com negócios. Mais de 300 empresas brasileiras estão
investindo na Argentina e o comércio regional deu um salto de 34% ao
ano desde 1990. O Mercosul pode muar o mapa da América do Sul. A
função da união entre o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o
Mercosul tem como Objetivo melhorar as economias.
1. 1 Mercosul como processo
Histórico e como realidade sociológica
O Mercosul ainda de acordo com Kunzler
(1999:92), pode ser entendido como processo complexo de construção
progressiva de um espaço integrado no Cone sul, transcende em muito
as realizações econômicas, políticas e diplomáticas acumulados
ao longo dos primeiros onze ano de sua existência formal, contados a
partir da assinatura do Tratado de Assunção, em 26 de março de
1991. Trata-se de uma realidade sociológica fortemente embasada no
contexto histórico e político do subcontinente sul-americano,
extravasando o simples conceito econômico e união aduaneira ou de
mercado comum visto que apresenta características imanentes do ponto
de vista sócio-estrutural que vão além dos resultados alcançados
nos planos comercial, político -diplomático ou mesmo “social”
dos quatro países membros. A realidade sociológica e o alcance
efetivo do Mercosul na geoeconomia e na história política recente
da região extrapolam a simples área coberta pelo território
combinado dos quatro membros originais e dos paises associados. Da
mesma Forma, seu “tempo histórico” de desenvolvimento ultrapassa
a mera cronologia de uma década, devendo-se remontar à segunda
metade o século XX pra projetar sua influencia real nas próximas
décadas.
Esse trabalho pretende oferecer,
segundo uma perspectiva brasileira, um balanço crítico dos
primeiros onze anos do Mercosul em suas diferentes vertentes, e
portanto, a avaliação sistêmica aqui proposta está explicitamente
formulada a partir dessa visão nacional do processo integracionista.
Propõe-se a tocar nos seguintes aspectos, que comporão suas seções:
depois desta introdução ao debate do problema e de uma breve
digressão histórica sobre seus antecedentes, serão
sucessivamente abordados o problema da “opção integracionista”
no quadro da história política e econômica dos países membros na
segunda metade dos anos 1980, com destaque para o protagonismo dos
dois sócios principais, o desenvolvimento do Mercosul nos anos 1990
Brasil e Argentina, suas realizações materiais e frustrações
econômicas, seus pressupostos políticos e sua estrutura
jurídico-institucional, assim como as lacunas remanescentes do
processo integracionista, em face dos desafios existentes nos planos
regional, hemisférico e global. Uma breve cronologia relacional da
integração no hemisfério e suas relações comercias diante do
atual problema na exportação de geladeiras do Brasil para a
Argentina. Complementa a avaliação aqui empreendida.
Qualquer avaliação ponderada de um
processo de construção integracionista tão complexo como o
Mercosul deve partir de premissas realistas e de critérios razoáveis
de aferição de resultados e julgar os sucessos alcançados, assim
com as insuficiências manifestadas do projeto de mercado comum, em
sua ótica e méritos próprios, que devem ser os dos objetivos
originalmente propostos pelos “pais fundadores”e expressos nos
textos constitutivos, nos mandatos ulteriores e nas decisões
derivadas, recusando, portanto, a adoção de uma perspectiva
principista que consistiria na crítica à realidade existente a
partir de um modelo suposto ideal e integração, geralmente
identificado com o padrão europeu.
Segundo o autor Beçak (2000: 75), não
pretende discutir implicações teóricas ou controvérsias jurídicas
do Mercosul como a falsa oposição entre o direito comunitário e o
direito internacional, não pertinentes ao objeto em foco e ao
espírito deste balanço, que se limita ao desenvolvimento dos
processos reais que marcaram seu itinerário nos primeiros onze anos
a partir do Tratado de Assunção. Um rápido percurso sobre as
origens históricas e os fundamentos econômicos do Mercosul torna-se
,entretanto necessário para identificar as diferenças,
continuidades e rupturas em relação ao processo imediatamente
anterior.
O Brasil apresenta vínculo mais
equilibrados entre a influência europeu e americana. A proposta
hemisférica será uma tentativa de aproximação direta e indireta
coma união européia e a Alca, verificando as características de
globalização e propiciando benefícios compensatórios entre vários
acordos.
O Mercosul - UE tende ser mais
positivo do que a Alca porque os países do Mercosul são desiguais
e não complementares. A Alca só será cogitada se a Europa se
recusar a rever as políticas de subsídios agrícolas.
O equilíbrio do poder e mercado estão
centralizados na Europa e Brasil; o ingresso da China na OMC ao
pedido da adesão de Cuba a Aladi poderá significar um aumento do
influxo de produtos chineses aos mercados sem que a China possa ser
acusada de praticas desleais de comércio.
Crescimento Mundial será voltado para
comércio eletrônico e de serviços, no século XXI, ocorrerá
mudanças no internacional.
Capitulo II
Evolução das relações
comerciais do Mercosul.
O mercado teve origem em um processo que visava, fundamentalmente,
integrar países orientados por interesses semelhantes, no que diz
respeito à finalidade, porém diferenciados, dadas às situações
específicas de cada um. Em razão disso, a ideologia desses países
apresentaram objetivos relacionados à política externa nem sempre
coincidente, mas dotados de uma assimetria quanto à capacidade
econômica e política de cada qual para influir no processo de
negociação.
Embora haja muito ainda a ser feito,
o Mercosul tem se firmado como um dos blocos econômicos de maio
destaque no cenário internacional, representando o interesse dos
outros países da América do Sul em integrar o bloco um exemplo
claro da qualidade de seu desempenho, alcançando e superando as
etapas propostas deste a sua criação.
A superação da primeira dessas
etapas data da assinatura do Tratado de Assunção, em março de
1991, oportunidade em que foi criada uma área de livre comércio
entre os quatro países que integram o Mercosul. A segunda etapa diz
respeito á união aduaneira, iniciada em janeiro de 1995, a qual,
data a complexidade do modelo que representa – integração
comercial entre países – produziu, e ainda vem produzindo, vários
percalços a serem superados pelos países, o que não impede,
todavia, que o Mercosul seja posicionado como a terceira união
aduaneira do mundo.
Segundo Almeida (2000:32 ) resta,
assim, superar a 3º etapa, que é aquela ligada á instituição de
um mercado comum entre os países do bloco, referência, aliás, já
estampada no próprio nome Mercosul (Mercado Comum do Sul), o que se
revela um projeto que exige mais ousadia e tem como pressupostos de
sua existência uma união político-social que contemple as quatro
espécies de liberdade de circulação a elas vinculadas, quais
sejam: bens, pessoas, serviços e capitais. A complexidade e ousadia
antes mencionadas podem ser constatadas no fato de só existir no
mundo um modelo de mercado comum- a União Européia, daí revelar-se
tal meta, para o Mercosul, um objetivo de longo prazo.
A livre circulação de bens, serviços
e fatores produtivos entre os países.
Kunzler (1999:89) complementa dizendo
que a redução das tarifas econômicas e a extinção de medidas não
tarifárias correspondentes a produtos incluídos em listas comuns
aos países tiveram sua implementação a partir de 24 protocolos
sobre diversos temas aos quais foram acrescidos mais de 70 anexos e
outros documentos adicionais, assinados no decorrer de seis encontros
realizados pelos presidentes brasileiro e argentino.
No que se refere aos objetivos
perseguidos, há uma identidade entre o mercosul e a União Européia,
revelando que a união aduaneira representa uma das etapas que
constituem o processo de integração entre os países de um mesmo
bloco econômico. Até por isso, freqüentemente esses blocos têm
procurado fomentar, entre si, a prática do livre comércio calcada
na democracia e nos direitos humanos-estes, tidos como fundamento das
relações entre os membros e dos projetos bilaterais de união
cultural, social e política, além, é claro, daqueles afetos à
área econômica.
No passado, o então presidente da
Argentina, discursou que
“O Mercosul
potencializa nossas possibilidades como atores internacionais, mas
temos que acelerar o aprofundamento de ‘identidade Mercosul’ para
evitar que a globalização aja como ‘diluidor’, ao invés de um
incentivo para novas possibilidades de negócios entre as nações”.
Acompanhando esse pensamento, o então Ministro das relações
exteriores do Brasil Luis Felipe Lampreia, afirmava que “o Mercosul
e seus três sócios querem criar um mercado comum, com livre
trânsito de bens, serviços e pessoas”(Carlos Menen- ex
presidente da Argentina).
Segundo Almeida (2000: 40), não
tardou para o Mercosul despontar como um bloco econômico de grande
importância no cenário internacional, atraindo o interesse não só
dos países vizinhos e/ou integrantes da América do Sul, como também
das grandes potencias, gerando uma disputa pela preferência
comercial no mercado sulamericano entre os blocos Nafta e União
Européia. Esta última, por sinal, tem assinado desde 1995um acordo
de livre comercio com o Mercosul, o que foi feito com a intenção de
distanciar os países que integram a América latina da influência
eventualmente exercida pela Nafta.
Por outro lado, o que se tem
percebido ao longo dos anos é que, apesar da importância do
mercosul, a etapa 3º antes mencionada esta ainda muito longe de ser
alcançada, especialmente porque nem mesmo as relações comerciais
entre os próprios países que integram o bloco Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai, encontram-se estabilizadas e obedientes aos
princípios que norteiam a formação dos blocos econômicos,
constituindo-se em um problema vivenciado no Mercosul. O que importa
destacar, nesse ponto, é que um país que pretende celebrar acordos
e parcerias comerciais em um bloco econômico, não pode adotar
medidas que se contraponham às diretrizes que orientam a própria
existência desse bloco. O fato de o Brasil ser o país de maior
importância no Mercosul não lhe atribui o direito a infringir
normas e desrespeitar os compromissos, até porque, não o fazendo,
pode, de outra parte, exigir reciprocidade de atitudes.
De
acordo com Rubens Antonio Barbosa1,
na atualidade podem ser identificados, no âmbito da América do Sul,
diferentes acordos de liberalização de comércio, dentre os quais a
União Aduaneira do Mercosul, de extrema importância para as
relações comerciais brasileiras. Para o diplomata, os processos de
integração devem:
“valorizar
a contigüidade e favorecer a globalização, alimentando laços
crescentes dentro de cada sub- região e otimizando o desenvolvimento
de relações inter-regionais no seio de um sistema multilateral
operante”.
Ainda de acordo com Barbosa ;
“O
importante é superar posições princistas e avançar em negociações
que levem à liberalização comercial entre países”.
Se por um lado são inquestionáveis
os avanços obtidos pelo Brasil nas relações comerciais mantidas ou
implementadas com outros países depois do advento do Mercosul, por
outro é inegável a constatação de várias divergências de ordem
comercial que, não com rara freqüência, atormentam as empresas
exportadoras brasileiras, gerando insegurança financeira tanto para
os empregadores quanto para os empregados que nelas prestam serviços.
As atitudes tomadas pela Argentina
recentemente, impondo quotas de importação de produtos
eletrodomésticos brasileiros da chamada “linha branca”
(geladeiras, fogões, máquinas de lavar etc.), dão bem uma idéia
daquilo que se quer dizes, exigindo de ambos os países uma
incrementação nas negociações e apresentação de argumentos que
visem aproximar os países, e não o contrário.
E nesse sentido verifica-se a boa
intenção dos argentinos e dos brasileiros, quando propõem a
criação de um fórum permanente para discussão de idéias entre os
sócios, possibilitando uma exposição dos motivos que direcionam a
adotar medidas, à primeira vista, contrárias às normas e
objetivos do Mercosul, de forma que , mediante uma consulta
prévia, nenhum país seja tolhido pela surpresa em relação à
decisão tomada pelo parceiro, evitando-se, assim, os desgastes
normalmente resultante de atritos políticos e econômicos
indesejáveis.
2.1 Integração Brasil- Argentina
ao Mercado Comum do Sul: 1986-1990
Os processo de aproximação, de
cooperação e de integração entre a Argentina, o Brasil, o
Paraguai e o Uruguai, que resultam no Tratado de Assunção de 1991 e
na construção integracionista ulterior, associando ao projeto
outros países do Cone Sul latino-americano, possuem antecedentes
políticos e estruturais tanto internos quantos externos ao esquema
sub-regional, cujas principais etapas históricas de desenvolvimento
poderiam ser sumariadas em torno de algumas datas simbólicas desse
longo itinerário que provavelmente ultrapassa meio século de
ensaios, logros positivos e frustrações.
De acordo com Kunzler (1999: 94) com
efeito, data de início dos anos 1940, ainda antes da guerra européia
ter se convertido num conflito mundial de proporções gigantescas, a
tentativa de uma primeira união aduaneira bilateral Brasil-
Argentina, aberta à época aos demais países da sub-região. Tal
projeto foi descontinuado não apenas em função dos itinerários
políticos diversos seguidos pelos dois países naquela conjuntura
político-militar, como provavelmente também, no plano estrutural,
em razão de assimetrias econômicas, da baixa intercomplementaridade
industrial e do caráter ainda mais excêntrico de suas respectivas
parcerias comerciais externas. O projeto seria renovado no início
dos anos 50, por iniciativa peronista, sob a forma de um segundo
“Pacto ABC”, mas as naturais diferenças políticas e de
orientação diplomática hemisférica entre governos dos três
países, no contexto da Guerra Fria, sepultaram rapidamente essa
tentativa de caráter mais “hegemônico” do que propriamente
econômico ou comercial. Dada a referida conjuntura, tanto as
primeiras formulações de políticas comercial e industrial por
parte da CEPAL (dirigida então por Raúl Prebisch) como o exemplo
então oferecido pelo núcleo original do mercado comum europeu,
inicitaram o Brasil e a Argentina a retomarem o projeto
integracionista. Vale recordar que, por limitações próprias ao
GATT-1947, era impossível à época constituir uma simples área de
preferências tarifárias entre os países interessados da região ou
concluir um pacto comercial bilateral mais avançado entre os dois
grandes, razão pela qual foi preciso adotar o formado de uma zona de
livre-comércio, consubstanciada na ALALC (Associação
Latino-Americana de Livre Comércio), criada pelo primeiro Tratado de
Montevidéu (1960).
Não é preciso retomar aqui o
itinerário de avanços e recuos desse esquema, logo sofrendo as
restrições políticas dos governos militares ou a competição de
projetos mais ambiciosos de integração, como o do Pacto Andino
(1969). Na realidade, o Brasil e a Argentina sempre realizaram a
maior parte das transações comerciais operadas ao abrigo dos
acordos preferenciais da ALALC e dos mecanismos de liquidação de
contas previstos no Acordo de São Domingos de 1965 (compensações
interbancárias à base de créditos recíprocos, contrariamente aos
sistemas de pagamentos multilaterais recomendados pelo Fundo
Monetário Internacional- FMI). O fato é que o Brasil e a Argentina,
depois de praticamente duas décadas de objetivos conflitantes,
inclusive no que se refere ao aproveitamento dos recursos hídricos
do Prata e de uma competição militar tão irracional politicamente
quanto custosa econômica e diplomaticamente, pois que envolvendo
projetos nucleares sem qualquer correspondência com as realidades
estratégicas e de segurança da região e no plano global, decidiram
retomar, o projeto de construção progressiva de um mercado comum
bilateral. A reaproximação nos anos oitenta entre o Brasil e a
Argentina foi possível graças ao contexto dos processos de
redemocratização política e dos novos esquemas preferenciais
existentes ao abrigo do segundo Tratado de Montevidéu ( de 1980,
que criou a Associação Latino Americana de Integração ALADI,
sucessora ALALC) e da cláusula de habilitação do GATT ( tal como
emanada da Rodada Tóquio de negociações comerciais multilaterais,
em 1979).
Ainda de acordo com Kunzler (1999:96)
a fase que se estende do Programa de Integração e de Cooperação
Econômica, desenhado em 1986 por diplomatas de ambos os países sob
liderança dos presidentes Raul Alfonsin e José Sarney, até a Ata
de Buenos Aires de Julho de 1990, passando pelo Tratado de Integração
de 1988, corresponde a um processo bilateral de aprofundamento do
movimento integracionista, que não tinha motivação excluir outros
parceiros sub-regionais, e cuja vocação primária era inteiramente
condizente com o projeto de industrialização competitiva dos dois
países e de fortalecimento de um centro econômico próprio no
contexto sub-regional. Foi o caso, por exemplo, do Uruguai, que
acompanhou cada um dos entendimentos mantidos na segunda metade doa
anos 1980 pelos seus dois vizinhos, mas que não desejou associar-se
a eles. Até então, a liberalização recíproca do comércio e a
definição de políticas setoriais comuns obedecia a uma lógica
industrial e de fortalecimento conjunto da base econômica
sub-regional. Os fundamentos empíricos do processo bilateral nessa
fase eram fornecidos por um novo modelo de integração que combinava
elementos “dirigidas” a experiência comunitária européia (a
constituição de um mercado comum com o estabelecimento de
políticas setoriais comuns, ativamente orientadas para a
consolidação de estruturas produtivas locais) com a cobertura
parcial típica dos esquemas preferenciais “aladianos” (seleção
de setores para a redução progressiva das barreiras tarifárias e
não- tarifárias).
Esse modelo tinha a vantagem de ser
claro em seus objetivos de complementaridade industrial, mas
acarretava igualmente a desvantagem de requerer a negociação de
acordos específicos, sempre parciais, para o estabelecimento do
objetivo do mercado comum em dez anos (de 1989 a 1998). Em todo caso,
o conceito de Mercosul estava lançado, assim como o embrião das
futuras instituições intergovernamentais, Conselho de Ministros,
Grupo Mercado Comum, subgrupos de trabalho que iriam marcar todo o
processo de integração na década que se seguiu e de fato até a
atualidade. Em termos de relações regionais e internacionais, as
políticas externas do Brasil e da Argentina e mesmo, de certo modo,
suas políticas econômicas internas e externas passavam a estar
indissociavelmente ligadas e interconectadas, mesmo se, em diversas
fases e para questões tanto tópicas externas divergissem por vezes
dramaticamente no espírito e na letra da construção
integracionista. Os regimes cambiais e as alianças externas
preferenciais são apenas dois dos exemplos mais eloqüentes das
assimetrias e discordâncias que o Brasil e a Argentina continuaram a
exibir ao longo dos anos de1990 e mesmo durante momentos de crise do
sistema político internacional e do sistema multilateral de
comércio. O elemento novo, contudo, a ser destacado como resultado
de integração dos anos de 1980 seria a definição de uma relação
privilegiada entre os dois países que modificou de forma relevante
o cenário estratégico na América do Sul.
Capítulo 3
Integração Econômica
O conceito de Beçak (2000: 77) de
integração econômica é recente, passando a ser utilizado em seu
sentido atual após a segunda guerra mundial. Mola propulsora do
Mercosul, ele se insere perfeitamente no atual cenário econômico
mundial, marcado por suas concorrentes complementares de
multilateralização das relações comerciais e de regionalização
das relações comerciais e de regionalização econômica. Os
processos de integração econômica são conjuntos de medidas de
caráter econômico e comercial que tem por objetivo promover a
aproximação e, eventualmente, a união entre economias de primeiro
momento, na diminuição ou mesmo eliminação de barreiras
tarifárias e não – tarifárias que constrangem o comércio de
bens entre os países membros do mercosul. Uma etapa mais adiantada
de integração exigirá esforço adicional, podendo envolver a
definição de uma Tarifa externa comum, ou seja, uma tarifa a ser
aplicada por todos os sócios ao comércio de bens com terceiros
mercados. Associado a esse exercício impõe-se estabelecimento de um
produto originário da região (fazendo jus as vantagens comerciais
próprias a um esquema de integração) ou não. Avançando ainda
mais, chegamos a arranjos adiantados de integração que admitem a
liberalização do comércio de serviços e a circulação dos
fatores de produção (capital e trabalho), e exigem a Coordenação
de Políticas macro- econômicas e até mesmo a coordenação de
políticas fiscais e cambiais. Em grau extremo, a integração
econômica pode levar, inclusive á adoção de uma moeda única.
Como quer que se desenhem os midelos
de integração baseando-se, fundamentalmente, na vontade dos Estados
de obter, através de sua adoção vantagens econômicas que
definirão, entre outros aspectos, em termos de :
- Aumento geral da produção, através de um melhor aproveitamento de economias de escala.
- Aumento da produtividade, através da exportação de vantagens comparativas entre sócios de um mesmo bloco econômico;
- Estímulo à eficiência, através do aumento da concorrência interna;
Segundo Beçak (2000: 80) acordos com
a teoria do comércio internacional, consideram - se quatro as
situações clássicas de integração econômica:
1-) Zona de preferência
tarifária;
2-) Zona de livre comércio;
3-) União aduaneira;
4-) Mercado comum;
Artigo I.Preferência Tarifária
As zonas de preferência tarifárias
são estabelecidas para uma região especifica ou entre dois ou mais
países, adotadas para todo o universo de produtos e setores ou
apenas para determinado segmento. Como o próprio nome indica,
significa conceder preferências para o comercio entre membros em
detrimento dos não membros.
Os benefícios de tarifas reduzidas e
mútuas não necessitam de nenhum tipo de modificação na estrutura
do comércio exterior, bastando que os países envolvidos estabeleçam
uma norma específica contendo as reduções preferenciais.
Quando o objetivo de promover as
reduções tarifárias se generalizar, o nível de integração passa
a ser outro, denominado zona de livre comércio.
Artigo II.Zona de livre Comércio
A formação da zona de livre
comércio prevê mais do que uma preferência tarifária. Estabelece
uma alíquota de zero por cento no comércio entre os países
membros, para todos os produtos excetuando aqueles setores
considerados sensíveis a uma redução abrupta e imediata, e terão
um prazo maior para se adaptarem a esta nova realidade tarifária.
Além das alíquotas menores, a zona
de livre comércio contempla a livre circulação de mercadorias de
um país membro para o outro sem muita formalidade e burocracia,
diferente do que ocorreria sem a existência do acordo.
A redução das tarifas não ocorre
de imediato; os países signatários do acordo criam um cronograma
fixando prazos para desgravação gradativa, de forma que economias
possam se adequar ao novo contexto do mercado, que será competitivo
devido á facilidade de entrada dos produtos similares fabricados nos
países vizinhos.
As relações comerciais de cada país
membro da zona de livre comércio com outros mercados não
pertencentes ao acordo permanecem inalteradas, ou seja, cada qual
mantém sua autonomia na fixação das alíquotas.
Seção II.1União Aduaneira
A união aduaneira ocorre quando,
além do rebaixamento tarifário, para zero por cento e da livre
circulação de mercadorias, o tratamento tarifário junto a
terceiros mercados passa a ser idêntico, por meio da criação da
TEC (tarifa externa comum).
O estabelecimento desta tarifa
externa comum a todos os membros pressupõe uma avaliação prévia
por parte de cada economia, no quanto será viável cada uma ceder ou
acrescer no percentual da alíquota externa até então praticada,
uma vez que a criação da tarifa externa comum acarretará impactos
em cada uma das economias.
Antes
de ser estabelecida, a união aduaneira entre a Argentina, Brasil,
Paraguai e Uruguai, firmada em 1995, a tarifa média de importação
praticada na Argentina era de 28%, enquanto o Brasil era de 51%. A
partir de análises e discussões promovidas entre os membros dos
quatro mercados, chegou-se à determinação de um intervalo para
fixação da tarifa externa comum entre zero e 20% com média em
torno de 14%. Isso significa dizer através do site2,
que tanto a Argentina quanto o Brasil tiveram de reduzir a tarifa
média de importação em mais de vinte percentuais, facilitando,
portanto o ingresso de produtos estrangeiros no mercado.
Conforme Beçak (2000: 82) para
assegurar a gradativa convergência de todos os produtos á tarifa
externa comum, os paises membros estabelecem lista de exceção e
lista de adequação, contemplando todos aqueles setores considerados
sensíveis á imediata concorrência internacional. Os setores
elencados nestas listas recebem um tratamento diferenciado, gozando
de prazos maiores do que aqueles fixados no cronograma de
desgravação, para convergirem á TEC. A partir da data limite
preestabelecida todos os produtos passam ter o mesmo tratamento,
eliminando qualquer tipo de proteção.
Artigo III.Mercado Comum
Quando os países decidem que o
objetivo da integração deve ser amplo do que as alterações
promovidas no âmbito do comercio, tem inicio a denominada integração
profunda, que na realidade pressupõe a execução das medidas
anteriormente citadas, avançando nas concessões, ao permitir a
livre circulação do capital e das pessoas entre mercados
integrados.
Como estabelecimento de um mercado
comum implica outras variáveis além da esfera comercial, torna-se
necessária à mínima coordenação e harmonização entre políticas
macroeconômicas dos países envolvidos.
Segundo Marcelo Mariano (2000: 43), o
mercado comum é uma união aduaneira com la livre circulação de
bens e serviços, capitais e mão de obra (movimentação dos
fatores); instituições supranacionais se tornam muito mais
necessárias na medida que há livre circulação dos fatores de
produção e as probabilidades de oposição e conflitos aumentam,
sem falar na necessidade de haver um melhor nível operacional.
De acordo com Soares (1997: 22), para
o Mercosul atue em sua plenitude, é necessário que, completando a
liberação comercial e seu total desenvolvimento, conjuntamente
deverá ser realizada uma política comercial não só no âmbito
interno dos países partes do Mercosul, mas também, destes com
terceiros países. No caso, conforme já previsto para o efetivo
desenvolver da política comercial, teremos a existência de uma
Tarifa Externa Comum - TEC e normas comuns aos integrantes do
Mercosul contra práticas desleais de comércio.
O estabelecimento de uma tarifa
externa comum, irá estruturar, ordenar e evitar assimetrias entre as
tarifas nacionais dos estados partes que terão uma tarifa comum a
todos eles a perante terceiros paises. A TEC foi prevista para
iniciar a 1 de janeiro de 1995.
Portanto, qualquer país do Mercosul
que importe de país que não faça parte dessa zona de livre
comércio, terá os mesmos direitos alfandegários ingressando a
mercadoria em qualquer ponto de qualquer dos países membro, que,
conforme explicado, deverão adotar uma política comercial comum em
relação a terceiros Estados.
Para se combater as praticas
desleais, será necessário que seja elaboradas normas comuns aos
estados partes para inibir importações cujos, preços estejam
influenciados com dumping ou mesmo que o país exportador tenha dado
concessão de subsídios ou qualquer outra pratica desleal, para
tanto, os estados partes deverão unificar os mecanismo de defesa
através de regulamentos comuns.
3.1 O incremento nos acordos e
parcerias após o surgimento do Mercosul
Não faz muito tempo, a política
adotada pelo governo brasileiro pautava-se pela imposição de
restrições ao Comércio Internacional, mediante adoção de
barreiras tarifárias e não tarifárias, que tinham por objetivo
“proteger” as empresas brasileiras da concorrência
internacional.
Tal procedimento passou a ser
desaconselhável a partir do advento da globalização, especialmente
depois que os avanços tecnológicos verificados no campo da
comunicação e do processamento de dados passou a permitir a um
numero cada vez maior de pessoas o conhecimento acerca das novidades
presente no resto do mundo.
I Isto fez com que, nos anos 90,
tivesse inicio no Brasil a abertura de mercado ao comércio
internacional e um massificado processo de privatizações das
empresas públicas ligadas ás áreas de transportes, energia e
telecomunicações, dentre outras, dada a flagrante ausência de
recursos necessários para o governo brasileiro implementar
investimentos que garantissem ao país o atendimento ás necessidades
básicas de sua população.
Com essa abertura comercial, as
empresas brasileiras aceleram o processo de aprimoramento das
tecnologias nelas empregadas, provocando um aumento nos índices de
qualidade e produtividade, resultando num evidente aumento da
capacidade de competir com as empresas estrangeiras. A partir daí,
as industrias brasileiras começaram a apresentar um elevado índice
de desenvolvimento, tudo por conta dos investimentos realizados no
país.
Com resultado dessa inovação,
começaram a surgir novas perspectivas de formalização de acordos
comerciais mais proveitosos para o Brasil, especialmente na América
do Sul, continente visto pelo governo brasileiro como prioridade na
sua política externa. Embora, haja divergências entre a Argentina e
o Brasil, por exemplo, as relações entre paises podem se conduzidas
em direção a um consenso capaz de traduzir-se em uma colaboração
mútua e eficaz entre ambos.
Capitulo 4
As relações comerciais entre
Brasil e Argentina
Segundo
informações do site3
a polêmica entre os dois países (Brasil e Argentina) teve início
em meados de 2004, quando o governo argentino elevou de zero para 21%
a alíquota de importação dos televisores fabricados na Zona Franca
de Manaus. Os argentinos também ameaçaram impor quotas para as
exportações de eletrodomésticos da chamada linha branca -fogões,
geladeiras e máquinas de lavar. A medida provocou protestos dos
empresários brasileiros que ficariam com suas empresas prejudicadas
devido a essa barreira comercial contra as exportações brasileiras,
fazendo surgir o aumento de desemprego.
Aumento no número de barreiras mostra
que o país chama cada vez mais atenção no exterior.
Cada vez mais os produtos brasileiros
encontram dificuldades para competir no mercado internacional. Esses
entraves tendem a crescer na medida que o Brasil aumentar sua
participação no comércio global.
A possibilidade de a Argentina criar
barreiras à entrada de eletrodomésticos criou uma nuvem negra sobre
o segmento. Caso a ameaça se concretize, pelo menos 1000 postos de
trabalho poderão ser fechados, parte deles em Santa Catarina. A
estimativa é da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos
Eletroeletrônicos (Eletros).
A medida que crescem as exportações
aumenta a notoriedade dos produtos brasileiros, é natural que
aumentem os confrontos com outros países.
È uma tendência inevitável que os
países tentem proteger suas industrias através da criação de
barreiras não tarifarias. O Brasil deve se preparar, por que esse
tipo de contenda será cada vez mais comum. È justamente essa a
preocupação maior dos segmentos exportadores neste momento:
preparar o país para enfrentar esse tipo de situação. O Brasil
esta apenas começando a se tornar internacional.
O Comércio exterior vai expor cada
vez mais os produtos brasileiros a barreiras comerciais contra as
exportações nacionais, esse é o maior problema na exportação, e
essa regra é geral para o comércio exterior e outras áreas das
relações internacionais, os espaços ocupados pelo Brasil estão
sendo desocupados por outros. Essa é a lógica. O importante é não
ficar preso a problemas pontuais como esse da Argentina e fazer
estratégias de longo prazo.
Os recordes de exportação estão
escondendo obstáculos internos para a expansão do comércio
exterior brasileiro. A infra-estrutura é a nossa principal barreira
e não setores estratégicos.
Mesmo tentando cultivar uma relação
de cordialidade e de afetividade com os vizinhos Argentinos, o Brasil
sempre acaba sofrendo retaliações da Argentina. O erro é do
governo brasileiro. Em comércio exterior não pode ter relações
fraternais, e tem que saber se defender com as barreiras impostas.
Tratar a Argentina como irmã ou achar que eles esperam e precisam da
nossa liderança não é válido, e a pressão aos produtos
brasileiros só não é maior, por que a pauta das exportações
ainda é muito agrícola.
.
Segundo informações do site4,
nos últimos dois anos, a Bosch e a Electrolux abriram fábricas com
capacidade para produzir 400 000 geladeiras por ano. Este número
corresponde ao tamanho de todo o mercado anual argentino. As
diferenças são acentuadas pelo momento econômico dos dois países.
Os setores que estão em guerra com o Brasil são sobreviventes de
uma devastação em massa. A Fedehogar, a poderosa federação que
reúne as empresas de eletrodomésticos, é um exemplo disso. Na
década de 90, a associação tinha 140 empresas associadas. Hoje são
apenas 25.
A Argentina ao impor essas barreiras
numa tentativa de proteger seu mercado interno, acabou prejudicando
muito o mercado brasileiro. Os dois paises tiveram que entrar em um
acordo para harmonizar as relações comerciais, pois caso contrario
estariam enfraquecendo cada vez mais o bloco econômico no qual fazem
parte, o Mercosul.
Depois de várias negociações
feitas, houve um acordo na qual a Argentina aprovou que o Brasil
poderia exportar 42370 unidades de geladeiras, podendo aumentar as
quantidades conforme forem realizados reuniões entre os empresários
de ambos países, em busca de uma melhor solução na crise
comercial, sem atrapalhar seu mercado interno, fazendo assim amenizar
a crise temporariamente.
Nesse período, técnicos de ambos os
países farão um levantamento para dimensionar o mercado consumidor
argentino. A intenção é limitar a um teto de 50% a participação
de produtos brasileiros em cada segmento no Argentina.
4.1 Os objetivos econômicos do
Mercosul para 2006
Segundo
informações do site5
a intenção é que em primeiro de janeiro de 2006 todos os bens
produzidos no Mercosul circularão livremente no espaço econômico
integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
O Mercosul será um enorme mercado de
mais de 250 milhões de habitantes. Uma mesma e única Tarifa Externa
Comum (TEC) vigorará para o comércio de produtos entre o Mercosul e
o resto do mundo.
O Mercosul será um território
aduaneiro único, não haverá barreiras alfandegárias ao fluxo
comercial interno e os controles que ainda persistirem serão feitos
de forma conjunta por autoridades de países vizinhos.
O conceito de fronteira praticamente
deixará de existir do ponto de vista econômico. As exceções
estabelecidas a TEC não mais existirão. Regulamentos e normas
técnicas estarão harmonizados, os produtos respeitarão os mesmos
critérios e especificações na hora de sua produção e serão
vendidos a consumidores que terão garantido direitos equivalentes,
independentemente de seu país de origem.
A liberalização do comércio de
serviços estará avançada e seus efeitos já se farão sentir nos
quatro países: profissionais de várias áreas começarão a ver
expandir os horizontes de seu mercado de trabalho. Os Ministérios de
Economia e os Bancos Centrais dos quatro países, tendo atingido suas
primeiras metas fiscais comuns, avançarão no processo de
coordenação macroeconômica. O Mercosul estará inserido, por outro
lado, em uma rede de acordos de liberalização comercial que
abarcarão todo o continente, e se espalharão por outros horizontes.
Conclusão
A eliminação das tarifas e das
restrições não-tarifárias ao comércio entre os países -membros
é um objetivo central nos processos de integração regional como
vimos nos capítulos desse trabalho. São chamadas restrições
não-tarifárias as disposições legais distintas do imposto de
importação que têm por objetivo central limitar a importação de
mercadorias por determinado país (quotas ou anuências prévias para
importação, como o que aconteceu nas exportações de geladeiras do
Brasil para a Argentina, por exemplo).
No caso do Mercosul, um grande passo
na direção deste objetivo foi dado em 31 de dezembro de 1994. Desde
então, um país pode importar produtos de outro integrante do
Mercosul sem pagar tarifas, porém isso não esta sendo totalmente
sendo cumprido por alguns membros do bloco. Algumas poucas exceções
persistiram, na forma de listas de produtos protegidos por tarifas
que foram eliminadas posteriormente, por meio do Regime de Adequação.
As restrições não-tarifárias, por
outro lado, uma vez identificadas pelos Estados Partes, foram
igualmente eliminadas.
A partir de 1/1/1998, no caso do
Brasil e da Argentina, e de 1/1/1999, no caso do Paraguai e do
Uruguai, os últimos produtos foram retirados da lista e concluiu-se
o Regime de Adequação, passando a ser cobrada tarifa zero para todo
o comércio intrazona, à exceção dos produtos dos setores
açucareiro e automotivo, que são objeto de negociações
específicas à parte.
Se a tarifa nas exportações entre
Brasil e Argentina é zero com exceção somente nos produtos dos
setores açucareiros e automotivos, por que o Argentina impôs
imposto nas exportações de geladeiras (linha branca) do Brasil.
Com a progressiva eliminação das
restrições tarifárias e não-tarifárias, as alíquotas aplicadas
ao comércio dentro da zona são sempre diferentes (e menores) do que
aquelas praticadas a países fora da zona. Essa diferença, chamada
de Margem de Preferência, é um dos grandes estímulos que os países
têm para integrarem-se.
A Tarifa Externa Comum é, na
realidade, um conjunto de tarifas que incidem sobre as importações
realizadas pelos países membros do bloco. Representa um passo a mais
no processo de integração, já que não apenas o comércio
intrazona é regulado, mas também a relação comercial com os
demais países.
É um passo necessário para equalizar
as condições de concorrência, ou seja, garantir que os produtores
dos diferentes países -membros pagarão o mesmo montante para
importação de insumos e máquinas, e portanto poderão competir
entre si em condição de igualdade. A negociação da TEC levou a
uma revisão da estrutura tarifária nos diferentes países, sendo
que, no caso do Brasil, as alíquotas utilizadas são, de um modo
geral, mais baixa que as alíquotas antes vigentes no caso dos
produtos industriais.
A TEC, definida em comum, também só
pode ser revista de comum acordo pelos países -membros. Isso
significa que qualquer negociação comercial com outros países ou
regiões deve ser conduzida pelos quatro membros em conjunto. No
entanto, também há algumas exceções a TEC, que são negociadas
separadamente, com programas de convergência definidos para garantir
a sua adequação.
O Mercosul no intuito de atingir um
mercado comum busca melhorar e regular a forma de administrar os
Estados integrantes, enfocando na relação entre a União Aduaneira
e o Livre comércio, bem como na solução dos conflitos decorrentes
entre os países membros devido ao não cumprimento das regras
definidas pela Tarifa Externa Comum (TEC), objetivando constituir um
bloco forte e capaz de construir identidade regional, dentro do
cenário econômico mundial.
Quando criado, tinha como objetivo a
ordem econômica, mas com o tempo tornou-se um projeto estratégico
regional de natureza política, exigindo instrumentos de legitimidade
para o desenvolvimento de uma consciência política para o Mercosul,
de forma a demonstrar como ocorrem as relações comerciais
importações/exportações e os mecanismos reguladores de seu
funcionamento, mecanismos estes, que possuem a finalidade de
consolidação da União Aduaneira e o Livre Comércio.
O Objetivo do Mercosul com a
implantação da TEC, é fazer com que os países do cone sul se
integrem e se tornem um bloco enconomicamente forte como ocorreu com
a União Européia, porém isso esta longe de acontecer, pois se os
países membros continuarem com essas crises econômicas devido as
exportações e importações impondo barreiras, só estarão
enfraquecendo esse bloco diante da economia internacional. Os países
membros têm que se conscientizarem que o bloco só começará a se
fortalecer quando todos os países membros tiverem os mesmos
objetivos em relação à economia, deverão respeitar as regras que
são impostas sobre as barreiras e protecionismo e abrir o mercado
para as exportações e importações, todos deverão aprender a
trabalharem juntos.
Procuro desta forma demonstrar a
importância do Mercosul, para o desenvolvimento comercial da América
do Sul, como um bloco econômico forte e capaz de realizar
negociações comerciais vantajosas entre os paises membro. Enfoque
no conflito decorrente entre os países esses participantes do bloco
e o cumprimento das regras definidas pela Tarifa Externa Comum (TEC).
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24/09/2005.
MERCOSUL. Polêmica sobre a elevação
de tarifas nas exportações de geladeiras do Brasil para a Argentina
e o depoimento do diplomata-embaixador de Londres Rubens Antonio
Barbosa sobre a liberalização do comercio entre os paises do
Mercosul. Disponível em:
.
Acesso em: 14/10/2005
SOARES, Esther Bueno. Mercosul
-Desenvolvimento Histórico. São Paulo: Ed. Oliveira Mendes,
1997.
1
Diplomata. Embaixador do Brasil em Londres. Ex-subsecretário -
Geral de Assuntos de Integração, Econômico e de Comércio
Exterior do Ministro das Relações Exteriores. Ex Coordenador
Nacional da Seção Brasileira do Grupo Mercado comum do Sul. Site:
http://www.rio.rj.gov.br/,mercosulcultural/mercosul.
htm
2
http://mercosul.gov.br/textos/default.asp?key23
3
httm://www.rio.rj.gov.Br/mercosulcultural/mercosul.htm
4
http://www.mercosul.gov.br/imagens/linha_curva.jpg
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